Lula emocionado ao receber a faixa presidencial pela 3ª vez (Foto: Ricardo Stuckert) |
Neste 1º de janeiro, Lula (PT) tomou posse, pela terceira, como presidente do Brasil. Para a angústia de golpistas de extrema-direita e aqueles com déficit cognitivo, o país tem a chance de retomar o caminho do desenvolvimento, com inclusão social e econômica e com mais democracia.
Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado de pessoas que representaram a diversidade do povo brasileiro, que lhe passaram a faixa presidencial e o emocionaram. No texto anterior, não ventilei essa possibilidade, pois me ative às normas legais que tratavam da passagem da faixa, mas ressaltei o fato de isso ter caráter simbólico. Por isso, a quebra de protocolo.
Em seu discurso no parlatório, logo em seguida, Lula enfatizou o combate à desigualdade e a necessidade de se construir uma frente ampla nesse sentido. Aqui, a tal frente ampla superou os limites das legendas partidárias com representação no Congresso Nacional e ganhou caráter civilizatório.
Para mim, estes foram os pontos principais dessa parte do rito de posse de Lula, pela terceira vez, presidente da República.
Mas em seu discurso, o presidente Lula também destacou o desmantelo do governo Bolsonaro – sem citá-lo diretamente, até para não estragar o momento – diante da pandemia de covid-19 e o desrespeito ao povo brasileiro e ao país, com seu estímulo ao extremismo (que não passa de eufemismo para terrorismo).
O presidente Lula reforçou a importância de pôr fim à intolerância política. O governo Lula 3 não se utilizará de lawfare para perseguir quem quer que seja, tampouco estimular que outro poder – no caso, o Judiciário – o faça. Mas também não deixará de mover os órgãos investigativos do Estado brasileiro para uma profunda apuração de crimes praticados pelo genocida Bolsonaro.
“Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. E na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará: 700 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid; 125 milhões sofrendo algum grau de insegurança alimentar, de moderada a muito grave; 33 milhões passando fome. Estes são apenas alguns números. Que na verdade não são apenas números, estatísticas, indicadores – são pessoas. Homens, mulheres e crianças, vítimas de um desgoverno afinal derrotado pelo povo, no histórico 30 de outubro de 2022. […] O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio.”, discursou o emocionado presidente Lula sob os gritos “sem anistia”.
Aliás, ainda na solenidade no Congresso Nacional, o presidente Lula foi enfático ao adiantar revogação de decretos armamentistas do “fujão”. “Estamos revogando os criminosos decretos de ampliação do acesso a armas e munições, que tanta insegurança e tanto mal causaram às famílias brasileiras. O Brasil não quer mais armas; quer paz e segurança para seu povo”. (ÍNTEGRA AQUI)
O discurso no parlamento brasileiro foi excelente, de estadista compromissado com a democracia e com a boa relação entre as instituições. Mas sua fala no parlatório foi outra coisa, foi de lembrar ao país as razões pelas quais ele foi eleito. Momento histórico sob todos os pontos de vista. (ÍNTEGRA AQUI)
O próximo período não será fácil e este 2023 será de recomeço, de reconstrução do que foi destruído após o golpe de 2016 que tirou Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República. A dificuldade estará presente em reveses, contradições de todo o tipo. Mas o Brasil sobreviveu ao período Bolsonaro – ungido por militares que desejam pôr as Forças Armadas na política – e, por isso, vamos conseguir avançar.
Talvez não na velocidade e intensidade que gostaríamos, mas avançaremos.
Ah, e é sempre bom termos em mente o fato de que o novo governo do presidente Lula, além de rearrumar o país social e economicamente, tem a tarefa de devolver o fascismo à brasileira de volta ao buraco no qual estava. Isso não será fácil, uma vez que essa nova versão do ideário de extrema-direita tupiniquim utiliza-se de tirar as pessoas da realidade. Acredite, mesmo com a solenidade de posse já iniciada, muitos festejaram uma fake news de que as Forças Armadas impediriam Lula de subir a rampa do Planalto.
Isso até chega a ser cômico, mas é, ao mesmo tempo, trágico.
Mesmo assim, apesar deles, sejam os usados ou os que usam os deficientes cognitivos, avançaremos, venceremos porque o Brasil poder ser muito maior que eles.
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