Congresso Nacional (Foto: EBC) |
A política é, talvez, a principal atividade das relações humanas. É a política que permite o convívio em sociedade e é dela que se originam leis e normas que regem nosso dia-a-dia, mesmo as de dentro de nossas casas. Toda e qualquer relação humana é resultado da política, mesmo as arraigadas de passividade. E não, a atividade política não é realizada por santos.
Na atividade política como a pessoas compreendem, ou seja, na institucionalidade, a regra é o pragmatismo. E é baseado nisso que o PP já sinaliza compor a base de Lula na Câmara dos Deputados e Arthur Lira, presidente daquela Casa já está em reaproximação com os Calheiros em Alagoas.
De acordo a coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles, a bancada do PP na Câmara dos Deputados, que tem como líder André Fufuca, do Maranhão, já aderiu à base de apoio de Lula, mesmo tendo o senador Ciro Nogueira, ex-ministro de Bolsonaro e tuiteiro de besteira compulsivo, presidindo nacionalmente o partido.
“Segundo integrantes da bancada, Ciro disse que não quer integrar o governo e será respeitado. Na Câmara, porém, o PP será base. Estima-se que de 30 a 35 queiram votar com o governo em troca de cargos e recursos”, destaca Guilherme Amado em sua coluna.
O pragmatismo é o norte da política real, mas isso não quer dizer, por si só, o abandono de ideias. O pragmatismo serve para garantir a viabilidade de materializar propostas, fruto de uma ideia preliminar. Não existe ação sem que antes se tenha tido a ideia de fazê-la. Todas as ideias que temos são fruto de um conjunto de percepções da realidade que compõe nossa ideologia.
E é o pragmatismo que norteia, preponderantemente, as ações políticas de parlamentares do chamado centrão, campo político no qual está o PP. Políticos do centrão se notabilizam, entre outras coisas, por não defenderem concepção alguma de sociedade e por se portarem como “despachantes”. Ou seja, só sabem atuar politicamente no parlamento se tiverem acessos a emendas para terem presença política em suas bases eleitorais. E essa é uma lógica que tem dado resultado concreto, basta analisarmos o perfil político do Congresso Nacional, seja o atual, seja os das últimas eleições.
Quando me refiro ao acesso a emendas parlamentares, não o faço em relação a ilegalidades, me atenho ao jogo jogado dentro das regras legais.
Logo, para um partido como o PP ficar sem acesso político ao Poder Executivo é o mesmo que se tornar uma legenda zumbi. Como não defende nada, não tem como atuar.
O pragmatismo é o mesmo que explica o apoio da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) à reeleição de Arthur Lira para presidir da Câmara dos Deputados. Além de não ter havido a eleição de parlamentares mais alinhados politicamente com a coligação de Lula, houve a necessidade de aprovar a PEC da Transição e a não necessidade de iniciar a relação com o próximo Congresso Nacional – a partir de fevereiro – em pé de guerra.
E é nesse clima de pôr fim ao pé de guerra, que o novo ministro dos Transportes, o ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) – filho do senador Renan Calheiros – já buscou alguma aproximação com Arthur Lira.
Quem acompanhou a política nos últimos anos, não deixou de ver as constantes trocas de farpas entre Renan Calheiros e Arthur Lira nas redes sociais. Além disso, a eleição em Alagoas neste ano foi, de longe, a mais acirrada, em todos os aspectos.
Renan Filho ligou para Arthur Lira assim que assumiu o Ministério dos Transportes. Ao jornalista Edvaldo Júnior, com coluna no portal Gazetaweb e do site Jornal de Alagoas, o emedebista revelou o diálogo. “Conversei com o Arthur Lira e disse a ele que precisamos deixar de lado as diferenças, nesse momento que começa um novo governo, por Alagoas. Foi uma boa conversa. Ele demonstrou que também está disposto a trabalhar numa pauta comum dentro dos interesses do Estado”.
Esse tom também foi adotado na solenidade de diplomação dos eleitos em Alagoas, na sede do Tribunal de Justiça, no dia 19 de dezembro. Detalhe: por ambos, Renan Filho e Arthur Lira.
É evidente que o pragmatismo também vale para a própria sobrevivência política e, se necessário for, o ambiente de “guerra” entre eles volta com força total.
Mas a tendência é que, ao menos por enquanto, a relação entre os principais grupos políticos de Alagoas seja mais cordial e pragmática.
Afinal, o PP comporá – à revelia de Ciro Nogueira (ou até em jogo combinado) – a mesma base de apoio do governo Lula 3.
Se esse tipo de relação na política é ruim em sua
avaliação – e pense nisso no geral, independente dos atores – reflita em quem
você votou nas últimas eleições e quais foram os motivos de sua escolha. Se foi
com base nas ideias defendidas por seu candidato, pela ideologia dele, ou porque
ele “ajudou” seu bairro, sua cidade, seu amigo, parente ou a você de forma
individual. Se foi por causa da “ajuda”, bom...
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