Primeira reunião de Lula com ministério, ajustar o rumo e eliminar ruídos

 Lula e seu ministério recém-empossados (Foto: Ricardo Stuckert)

Nesta sexta-feira (6), a partir de 9h30, o presidente Lula (PT) fará sua primeira reunião conjunta com todos os seus ministros. O encontro ocorre logo após os atos de posse do primeiro escalão do próximo governo e, por conta até da euforia do momento, alguns ruídos têm sido gerados e dado munição a opositores e urubus de plantão.

Talvez o caso mais chamativo tenha sido o do ministro da Previdência Carlos Lupi, que ao assumir o cargo falou em rever a última reforma da Previdência. Logo em seguida, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, veio a público dizer que nada nesse sentido está em curso no governo.

O ruído aí é que Carlos Lupi defendeu algo que entende ser necessário, mas isso foi entendido – ou fingiram ter entendido assim – como algo em curso para ser feito. Por isso, Rui Costa precisou entrar no circuito.

Não se debate a necessidade de melhorar o sistema previdenciário brasileiro, a fim de garantir os direitos de aposentados e pensionistas. Não é esse o ponto. O ponto é que falas mal colocadas podem servir de instrumento à oposição e a alimentar manchetes para vender jornais, dar cliques em sites e mais telespectadores.

É óbvio que haverá divergências entre os ministros do governo Lula 3, esse não é o problema. A questão é a forma como lidar com isso.

Há muita ansiedade em torno do novo governo Lula, até pela desgraceira que foi o período de Bolsonaro, o fujão. Em todas as áreas há uma série de questões a serem corrigidas, aprumadas. E essa ansiedade não se dá somente no povo, mas também entre os ministros.

O encontro desta sexta servirá para aquele ajuste antes de o jogo começar para valer. É como se fosse a preleção para um time entrar em campo. Até a fase de posses, seria como a apresentação a uma seleção. Daí, cada jogador chega prometendo emprenho, correria, disciplina tática e gols, muitos gols. Mas nem todos terão a função de fazer gols e nem todos compreendem o que o treinador quer do time em campo.

Entendem?

Serão quatro anos do jogo mais importante da História brasileira. O país acabou de se livrar de um projeto protofascista que ainda tem muitos resquícios espalhados por aí, inclusive em instituições de Estado. As jogadas precisam ser rápidas, mas não com pressa. Rapidez e pressa são coisas diferentes.

Além disso, há uma série de situações de ordem administrativa a serem adotadas enquanto ações concretas já devem ser pensadas para serem postas em materialidade. É como trocar o pneu do carro com ele em movimento.

Por exemplo, quem serão as pessoas que ocuparão os espaços de segundo e terceiro escalões? Ainda há muita incerteza nisso. O Brasil é muito grande e há muitas questões a serem consideradas.

Contudo, o principal é que dessa reunião de Lula com seu ministério saiam as primeiras consonâncias de rumo e a pactuação de eliminação de ruídos.

Notícias negativas aqui e acolá, distorções de adversários ou lentes de aumento para transformar formigas em elefantes sempre terá. Além de críticas dentro do campo democrático. Estas bem-vindas sempre que justas. No mais, faz parte.

O campeonato do fortalecimento da democracia acabou de começar.

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