quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Mídia desinforma, mas população apoia Lula por queda dos juros do Banco Central

Lula durante relançamento do MCMV (Foto: Ricardo Stuckert/ PR)

A mídia hegemônica do país sempre abordou as questões econômicas de maneira dogmática, impondo aos seus telespectadores, ouvintes e leitores a falsa sensação de que há apenas uma visão correta sobre temas como taxa de juros, inflação, investimentos, empréstimos públicos, dívida pública. Na prática, essa mídia trata a economia como se fosse uma receita de bolo e o melhor exemplo que temos é o mais recente: a disputa do presidente Lula (PT) para reduzir a taxa básica de juro do Banco Central, em 13,75%.

O instituto Quaest divulgou nesta quarta-feira, 15 de fevereiro, um levantamento de avaliação do governo Lula 3 e entre as questões consta o debate em torno da taxa de juro do Banco Central (BC). E a forma como a economia é discutida no Brasil está refletida nas respostas dadas nesta pesquisa.


De acordo com a Quaest, somente 26% dos entrevistados sabiam que os juros são de responsabilidade do Banco Central e 70% não sabiam que o atual presidente do órgão, Roberto Campos Neto, foi indicado por Jair Bolsonaro. Esse é o mesmo percentual que tem conhecimento das críticas de Lula ao BC em relação à taxa de juro.

Contudo, 76% dos entrevistados afirmaram apoiar Lula em sua luta pela redução da exorbitante taxa de juro adotada pelo BC.






Ou seja, mesmo com o tratamento enviesado sobre questões econômicas que a mídia hegemônica dá, a população segue com entendimento contrário sobre o tema, até por que, é ela quem sente na pele os impactos da sanha financista de boa parte dos capitalistas brasileiros.

E nem adianta o trato a pão de ló que a mídia dá a Roberto Campos Neto, como se viu em sua “entrevista” ao Roda Viva, da TV Cultura. Além de gravada – o que dá a possibilidade de reformulações de perguntas e respostas –, o banqueiro bolsonarista só recebeu bolas levantadas para cortar. Mesmo assim, o tal expert do mercado soltou um “pix atua para resolver questões sociais porque crianças podem vender balas por pix”. Ou algo assim.

Além do que, com o apoio de ¾ da população, Lula vai vencendo a disputa política – ao menos na sociedade – contra a postura de boicote do Banco Central “independente”. E, aposto, em breve teremos mais pressão pela queda dos juros vindo aí.

Lula relançou na terça-feira, 14 de fevereiro, o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com a entrega de 2,7 mil unidades em nove cidades brasileiras, além de anunciar a retomada imediata das obras de outras 5,5 mil unidade habitacionais.

O presidente foi até Santo Amaro, no interior da Bahia, para entregar chaves para 604 famílias, que passam a ter agora uma casa própria. As unidades entregues estavam paralisadas desde 2016, com 96% das obras concluídas. O governo Lula retomou as construções e as finalizou em 45 dias de governo.

“A minha vinda aqui é um sinal. A roda gigante deste país começa a girar a partir de hoje. Eu vim aqui provar que é possível a gente construir um outro país. Eu vim aqui para dizer a vocês que o povo brasileiro vai voltar a tomar café, a almoçar, a jantar, a morar, a estudar, a trabalhar, a ter acesso a todas as coisas que todo mundo precisa ter”, afirmou Lula durante a solenidade.

Além das casas de Santo Amaro, também foram entregues casas nas cidades de Salvador (BA) – 159; Lauro de Freitas (BA) – 206; Aparecida de Goiás (GO) – 300; Luziânia (GO) – 192; Contagem (MG) – 600; João Pessoa (PB) – 160; Santa Cruz do Capiberibe (PE) – 206; e Cornélio Procópio (PR) – 238.

O MCMV ampliou a faixa 1, que atende famílias com renda de até R$ 2.640. A meta é que 50% das unidades do programa sejam voltados para essa faixa de renda, que só precisa pagar entre 5% e 15% do valor do imóvel. (PARA SABER MAIS, CLIQUE AQUI).

O MCMV é um exemplo do que pode vir de pressão para a redução da taxa de juro pelo Banco Central porque a retomada das obras do programa deve levar às empresas construtoras – e suas prestadoras de serviços – a buscar empréstimos para cumprirem seus contratos.

Outro exemplo disso é o caso das Lojas Americanas e Marisa. A confusão que isso tem causado, e causará mais, deve desdobrar por defesa da queda dos juros. Será preciso tomar muitos empréstimos para cobrir os prejuízos e para reduzir o peso das dívidas em médio prazo. Menor o juro, menor a dívida lá na frente. Essa situação foi levantada pela jornalista Helena Chagas à TV 247, que eu comentei em meu canal no Youtube. (VEJA AQUI)

Por mais que a mídia hegemônica busque tratar temas econômicos como dogmas religiosos para impor a vontade dos financistas – aliás, boa parte dos donos desses veículos são financistas também –, a realidade concreta se impõe sobre as vontades de quem quer que seja. Somente crianças birrentas e mimadas não entendem isso.

E se tem uma parcela da população que entende a vida concreta é o povo trabalhador e é justamente por isso que 76% dele apoia Lula na luta pela redução da taxa de juros.

40% DE APROVAÇÃO

Em relação ao apoio geral ao governo Lula que, segundo a Quaest, é de 40% como positivo; 24% regular; 20% negativo; e 16% dos entrevistados não sabiam ou não responderam, números melhores que Bolsonaro em seu início de governo, eu prefiro não comentar agora. Só temos 45 dias de governo Lula 3 – com um golpe no meio – e as ações já adotadas ainda estão em seu início. Logo, com zero ou impacto mínimo na vida dos brasileiros

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