Sede da Prefeitura de Maceió (Foto: Secom) |
As eleições municipais se aproximam e o atual prefeito de Maceió, JHC (PL), segue rumo à reeleição sem adversários à altura e o principal motivo para isso é o fato de o campo liderado pelo MDB – que conta com o PT, por exemplo – repetir os mesmos erros de sempre: sem construção de nome competitivo na capital alagoana e sem apresentar soluções aos problemas da cidade.
Vira e mexe saem no noticiário político local alguns nomes do MDB como virtuais candidatos. Mais recentemente, o do ex-secretário de Estado da Fazenda, George Santoro; o do deputado federal Rafael Brito; e o do deputado estadual Alexandre Ayres. Os dois últimos também foram secretários de Estado, um na Educação e o outro na Saúde.
Todos, ao menos até agora, sem força eleitoral para derrotar o atual prefeito.
Esse mesmo problema se repetiu em 2020. O nome do MDB foi o então secretário de Segurança Alfredo Gaspar, que também contou com o apoio do então prefeito Rui Palmeira. Gaspar é deputado federal – bolsonarista – e Rui é secretário de Estado de Infraestrutura.
O resultado foi de derrota.
A verdade é que o MDB, maior partido em Alagoas, não tem conseguido construir um nome viável para vencer as eleições em Maceió desde 1986, quando Djalma Falcão foi eleito para tal.
Fala-se que isso é rejeição aos Calheiros na capital alagoana. De fato, há alguma, mas colocar as derrotas eleitorais somente nisso é reduzir demais a complexidade política da capital alagoana.
O fato concreto é que falta na política local um debate mais sério e aprofundado sobre os problemas locais. Maceió tem um milhão de habitantes e problema crônico com saneamento. Sem falar no transporte público e nos espaços coletivos de convivência.
Muitos dos temas que afligem os maceioenses poderiam ser debatidos por quadros do PT, pois o partido tem mais afinidade sobre eles. Por exemplo, fortalecimento, da fato, da cultura local. Não me refiro a dar dinheiro a grupos culturais somente, isso qualquer um pode fazer.
Questões de mobilidade urbana também têm a cara do PT, por exemplo. Melhorar as rotas dos ônibus e baratear o valor das passagens, garantir ciclovias, calçadas – andar nas calçadas em Maceió é quase tão perigoso quanto andar entre os carros, especialmente para os mais velhos e portadores de deficiência.
O Centro da cidade parou no tempo.
Enfim, o que sempre se vê é o repeteco de outros anos e sempre com o discurso de que “agora será diferente”. Isso é, inclusive, anticientífico. E política é ciência, não esqueçamos disso.
E falando exclusivamente do campo da esquerda, já passou da hora de se colocar na mesa para debater esses temas. Especialmente o PT, que é o maior partido desse espectro político.
Para 2024, ainda há tempo de ao menos sacudir o tabuleiro político em Maceió, mas é preciso começar logo. Senão, será por W.O., já que até os sete vereadores emedebistas da capital alagoana são base de apoio de JHC.
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