quinta-feira, 22 de junho de 2023

Zanin no STF crava mais uma derrota ao lavajatismo/ bolsonarismo

Cristiano Zanin durante sabatina no Senado (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)


Na noite de quarta-feira, 21 de junho, o advogado Cristiano Zanin Martins teve sua indicação aprovada para o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado com 58 votos favoráveis. Antes dessa votação, o agora ministro da suprema corte brasileira passou por oito horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. E o fez muito bem.

Zanin se esquivou das armadilhas dos parlamentares da extrema-direita e reafirmou suas posições acerca da defesa da legalidade, da Constituição e falou sobre posicionamentos aos quais ninguém – ou pouca gente – sabia.

Zanin se mostrou um terrivelmente equilibrado nessas oito horas. Mas isso não é o principal de sua ida ao STF, mas a simbologia de mais uma derrota do lavajatismo, tão explícita na cara de bunda suja de Sergio Moro durante a sabatina e a sessão no plenário do Senado.


Moro, sozinho e cabisbaixo após aprovação de Zanin ao STF (Foto: Lula Marques)

A terra plana capota demais. Há alguns anos, Moro era o herói nacional que representava a antipolítica e aquele prendeu Lula. Zanin era o defensor do “inimigo do país”. Lula ficou preso, injustamente por 580 dias. Moro se tornou ministro de Jair Bolsonaro (PL), que ajudou a eleger ao prender o petista, com o sonho de ir ao STF.

A inocência de Lula foi provada. Todos os processos contra ele foram arquivados. Moro foi declarado juiz suspeito, seja pelas ações desproporcionais contra Lula, seja pelo conluio com a patota do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná. Lula foi eleito, pela terceira vez presidente da República e Zanin passa a ocupar a cadeira que Moro tanto sonhou.

Para completar, o ex-juiz está na iminência de perder seu mandato no Senado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná, mas se isso não ocorrer, o caso ainda vai ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Os ruídos em Brasília apontam que o destino do “marreco de Maringá” será o mesmo de seu braço direito, o ex-procurador da República, Deltan Dallagnol, que teve sua candidatura cassada pela Justiça Eleitoral e deixou o mandato de deputado federal.

Quinze dias depois de perder o mandato e choras as pitangas nas redes sociais pedindo doações para pagar suas pendengas judiciais, Deltan correu para os Estados Unidos. Assim como Moro fez assim que deixou o ministério de Bolsonaro.

A relação deles com o tio sam é sabida. Afinal, o FBI atuou na Lava Jato comandada por essa dupla.

A ida de Cristiano Zanin ao STF é o sinal dos tempos, em que o país busca se realinhar com a normalidade institucional e democrática, dentro da possibilidade concreta do Brasil. A Lava Jato foi um dos principais instrumentos do golpismo recente em nossa terra, deu ares de legalidade às mais escabrosas ações ilegais, e deu vazão ao que se chama de bolsonarismo.

O lavajatismo é o bolsonarismo trabalhado no Palmolive, ou de sapatênis. E Zanin no STF marca mais uma derrota a essa gente. Estamos vencendo, mas o jogo ainda está longe de acabar.

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Cadu Amaral