Alfredo Gaspar, no dia em que levou invertida de Flávio Dino (Foto: Reprodução) |
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível pelo período de oito anos por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação, uma ruma de parlamentares resolveu elaborar um Projeto de Lei para anistiar o ex-capitão. Evidente que se o texto fosse aprovado, outros também seriam beneficiados, como é o caso de Deltan Dallagnol.
Mas tudo isso não passa de um grande migué para enganar patriotário. Explico.
Primeiro, o texto é inconstitucional. O Congresso Nacional até possui a prerrogativa de conceder anistia, mas o caso de Bolsonaro não se enquadra nas possibilidades, uma vez que ele atentou contra a Constituição ao atacar o sistema eleitoral brasileiro. O inciso 44, do Artigo 5º da Carta Magna é cristalino.
“Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.
Mesmo que, por ventura, esse texto tramite e seja aprovado tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, cairia por terra pode ser inconstitucional. “Por ventura”, pois não será aprovado.
Esse projeto não será aprovado porque o momento político aponta noutra direção. É o vento mudando de lugar a nuvem da política. E os assinantes dessa excrescência sabem disso.
Então, se sabem disso, por que assinaram? Ora, como já pontuado acima: migué.
É um grande migué junto aos eleitores mais ideologizados de Bolsonaro, os “bolsonaristas raiz”, digamos assim.
É preciso manter essa cesta de votos mobilizada e com oferta de nomes que podem “ter a honra” de receber os votos dos cantadores de hino para pneus. Para nas próximas eleições, estes lembrarem “quem defendeu o capitão”.
Entenderam?
E mesmo assim, de 513 deputados, somente 65 assinaram essa lorota em formato de Projeto de Lei. Destes, um de Alagoas: Alfredo Gaspar, ex-procurador-geral de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública. É aquele que tomou invertida sobre “macheza” de Flávio Dino.
Alfredo Gaspar adora bancar uma pode de xerife e foi bem agraciado na cesta de votos dos bolsonaristas alagoanos. Quer manter isso aí, como diria Michel Temer.
Ele faz isso porque sabem que este espectro é bem menor do que parecer, apesar do muito barulho que faz. Ou seja, tem muito gente para ser votada e pouca para votar.
E com o governo Lula bombando, com as pessoas trabalhando, com bons salários, comprando, estudando, morando e comendo mais e melhor, só restarão os cantadores de hino para pneu mesmo como eleitores.
Esse projeto para anistiar Bolsonaro é tão ridículo que chega a ofender
ResponderExcluirConcordo com você
ResponderExcluirMas o Genocida não foi condenado por ação armada contra a ordem constitucional. O projeto de anistia é inconstitucional porque não pode ser proposto para caso específico ou para desfazer uma decisão judicial do STF.
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