quarta-feira, 5 de julho de 2023

Projeto para anistiar Bolsonaro é um grande migué para enganar patriotário

Alfredo Gaspar, no dia em que levou invertida de Flávio Dino (Foto: Reprodução)

Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível pelo período de oito anos por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação, uma ruma de parlamentares resolveu elaborar um Projeto de Lei para anistiar o ex-capitão. Evidente que se o texto fosse aprovado, outros também seriam beneficiados, como é o caso de Deltan Dallagnol.

Mas tudo isso não passa de um grande migué para enganar patriotário. Explico.


Primeiro, o texto é inconstitucional. O Congresso Nacional até possui a prerrogativa de conceder anistia, mas o caso de Bolsonaro não se enquadra nas possibilidades, uma vez que ele atentou contra a Constituição ao atacar o sistema eleitoral brasileiro. O inciso 44, do Artigo 5º da Carta Magna é cristalino.

“Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático”.

Mesmo que, por ventura, esse texto tramite e seja aprovado tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, cairia por terra pode ser inconstitucional. “Por ventura”, pois não será aprovado.

Esse projeto não será aprovado porque o momento político aponta noutra direção. É o vento mudando de lugar a nuvem da política. E os assinantes dessa excrescência sabem disso.

Então, se sabem disso, por que assinaram? Ora, como já pontuado acima: migué.

É um grande migué junto aos eleitores mais ideologizados de Bolsonaro, os “bolsonaristas raiz”, digamos assim.

É preciso manter essa cesta de votos mobilizada e com oferta de nomes que podem “ter a honra” de receber os votos dos cantadores de hino para pneus. Para nas próximas eleições, estes lembrarem “quem defendeu o capitão”.

Entenderam?

E mesmo assim, de 513 deputados, somente 65 assinaram essa lorota em formato de Projeto de Lei. Destes, um de Alagoas: Alfredo Gaspar, ex-procurador-geral de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública. É aquele que tomou invertida sobre “macheza” de Flávio Dino.

Alfredo Gaspar adora bancar uma pode de xerife e foi bem agraciado na cesta de votos dos bolsonaristas alagoanos. Quer manter isso aí, como diria Michel Temer.

Ele faz isso porque sabem que este espectro é bem menor do que parecer, apesar do muito barulho que faz. Ou seja, tem muito gente para ser votada e pouca para votar.

E com o governo Lula bombando, com as pessoas trabalhando, com bons salários, comprando, estudando, morando e comendo mais e melhor, só restarão os cantadores de hino para pneu mesmo como eleitores.


3 comentários:

  1. Alfredo, mas não esse Gaspar5 de julho de 2023 às 08:15

    Esse projeto para anistiar Bolsonaro é tão ridículo que chega a ofender

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  2. Mas o Genocida não foi condenado por ação armada contra a ordem constitucional. O projeto de anistia é inconstitucional porque não pode ser proposto para caso específico ou para desfazer uma decisão judicial do STF.

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Coloque sua idéia, ponto de vista ou posicionamento. Afinal, toda discussão para contruir ideias é válida. Também pode discordar da opinião expressa no texto, mas sem ofender de qualquer forma que seja.

Caso algum comentário não se enquadre, será deletado. Também peço que assine.

Por isso, os comentários são moderados.

Forte abraço!

Cadu Amaral