Rodrigo Cunha quer ser vice de João Henrique Caldas em 2024 |
Uma CPI para apurar como a Braskem atuou para reparar os danos que causou na cidade de Maceió com a exploração de sal-gema, com o afundamento do solo de quatro bairros foi aprovada pelo Senado no dia 24 de outubro. De iniciativa do senador Renan Calheiros (MDB), a Comissão deve convocar vítimas e pessoas que participaram de forma direta na elaboração dos acordos de indenização.
Também de Alagoas, o senador Rodrigo Cunha (Podemos) tentou barrar a criação da CPI. Para isso, alegou não caber ao Senado investigar esse caso, o que foi prontamente desconstruído pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD); e atacou o senador Renan Calheiros e o ex-governador, e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB).
Rodrigo Cunha usou argumentos enganosos em sua fala no Senado. Evidentemente para gerar a republicação em Alagoas, especialmente na rádio do prefeito João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC.
Primeiro, ele afirmou que Renan Filho permitiu as atividades da Braskem que resultaram no afundamento dos bairros. O tom que adota faz parecer que a extração de sal-gema só começou após o emedebista se eleger governador e não na década de 1970.
Os outros argumentos enganosos foram de que Renan Calheiros foi presidente da extinta Sal-gema – antecessora da Braskem – entre 1993 e 1994. Isso em si é verdade, mas como alguém que passou alguns meses na empresa há 20 anos pode ter responsabilização direta no ocorrido em 2018?
Noutro momento, o senador do Podemos adota a velha máxima da “presunção de culpa” contra o senador Renan Calheiros, em uma das muitas ações geradas a partir da desmoralizada Lava Jato.
Essa narrativa de Rodrigo Cunha visa descredibilizar a CPI da Braskem no Senado. E ele o faz poque tenta garantir que JHC consiga usar livremente os R$ 1,7 bilhão pagos pela mineradora ao Município de Maceió como acordo de indenização.
Sem contar que Renan Calheiros “vira bicho” quando está à frente de uma CPI, vide a da pandemia, e Rodrigo Cunha pode até ficar de fora da composição da CPI.
O Podemos compõe o mesmo bloco partidário que o MDB no Senado (MDB, UNIÃO, PODEMOS, PDT e PSDB), que só terá quatro vagas na CPI, entre os 11 titulares.
Voltando ao R$ 1,7 bilhão, esse valor é considerado bem abaixo do estimado em prejuízos à cidade de Maceió uma vez que falava-se em R$ 30 bilhões, R$ 40 bilhões, enquanto a Prefeitura recebeu R$ 1,7 bilhão após ter anunciado que pediria R$ 10 bilhões. (MAIS AQUI e AQUI - ou no vídeo ao final do texto)
Rodrigo Cunha quer JHC fazendo fuá desse dinheiro para facilitar sua reeleição para prefeito.
Ora, até aí tudo bem. Afinal, trata-se do único “amigo” na política que Rodrigo Cunha tem em Alagoas. Certo? Certo. Ocorre que se o senador for o candidato a vice-prefeito de JHC em 2024, assumirá o comando da Prefeitura de Maceió em 2026, uma vez que JHC será candidato – dizem – a governador de Alagoas.
Por somar muito pouco politicamente, Rodrigo Cunha tenta mostrar lealdade a JHC e “comprar” o passe para vice-prefeito. Atualmente, segundo o noticiário político, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que indicar o nome na vice de JHC.
Até por que se Rodrigo Cunha for mesmo vice de JHC e este sendo reeleito em 2024, a mãe do prefeito assume o mandato no Senado, já que é suplente de Rodrigo Cunha. Disso daí para a traição com Arthur Lira é um pulo. Ou ao menos mudar o tom das conversas à mesa.
Agora, para Rodrigo Cunha se não for vice de JHC em 2024, pode dar tchau ao Senado em 2026. Pelo menos é que quase todos os analistas locais apontam, ainda mais se Arthur Lira for mesmo candidato ao Senado nas próximas eleições gerais.
Em resumo, só lhe resta a vice, que mais gente quer – e quem não quer sentar na cadeira de prefeito de Maceió “sem fazer nada”?
RODRIGO CUNHA TEM VOO DE GALINHA
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