JHC ignora problemas e torrou milhões com a Bejia-flor (Fotos: Reprodução e Secom) |
A Beija-flor ficou em oitavo lugar nos desfiles de escola de samba do Rio de Janeiro. O resultado ruim virou motivo de críticas ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, por causa do milionário patrocínio dado pelo Município à Beija-flor para que esta falasse sobre a capital alagoana.
“Olha lá, R$ 8 milhões, oitavo lugar”; “Dinheiro jogado fora com a Beija-flor em oitavo lugar”. Em resumo, esses foram aos argumentos mais usados após o resultado daquela competição no Rio de Janeiro.
Mas esse argumento é raso, superficial, algo típico em tempos de redes sociais.
Tivesse a Beija-flor vencido o concurso, o aporte milionário para JHC usar em sua campanha à reeleição teria valido a pena?
Tivesse a Beija-flor vencido o concurso, a falta de creches, de atendimento básico em saúde, saneamento ou incentivo à cultura local seriam deixados de lado?
Tanto faz o resultado que a Beija-flor obteve no concurso de escolas de samba do Rio de Janeiro. E pior, o argumento bastante usado é tão raso que é relativamente fácil a turma do instagramável rebater. “Olha lá, estão vendo, são contra a divulgação de Maceió”; “Vejam, não querem que Maceió seja vista para mundo”, ou coisa que o valha.
E, de fato, para quem não acompanha o debate sobre como o prefeito de Maceió usa os recursos públicos – e não achem que a maioria da população o faz. Aliás, é o contrário –, pode pensar que se trata de simples mal agouro de opositores.
Em tempo de superficialidade extrema das redes sociais, onde a lacração e frases de efeito geram engajamento e emojis de palminhas, tratar do que importa é navegar contra a maré.
Maceió vive um drama que não terá fim tão cedo devido à exploração criminosa da Braskem em poços de sal-gema em área urbana. São 35 no total.
Maceió, através de JHC, vendeu cerca de 20% de sua área urbana à Braskem por míseros R$ 1,7 bilhão, enquanto dezenas de milhares de famílias viram suas vidas, suas histórias – literalmente – descer por um buraco.
Maceió não oferta às mães mais pobres, creches para que possam deixar seus filhos em segurança e saírem para garantir o pão à mesa. O prefeito recusou 20 creches do CRIA, programa do Governo do Estado, dedicado à primeira infância.
Maceió não paga aos artistas locais. Os forrozeiros estão há quase um ano sem receber a ninharia que o Município lhes ofertou.
No megalomaníaco festival de Verão na cidade, nenhum artista local pôde se mostrar para sua gente.
É isso que importa. Não a colocação da Beija-flor, que está no Rio de Janeiro com seu status de escola global ou o “Flamengo do samba”.
Com uma oposição assim, não fica difícil explicar por que JHC, muito provavelmente, vai sambar vitorioso em outubro deste ano.
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Boa reflexão. Realmente tanto faz a colocação da beija flor
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