Qual prioridade deve ter um governo? Embora essa pergunta pareça fácil,
sua execução e dificílima. Ao se fazer essa pergunta logo vem à mente saúde,
educação e segurança. E com uma justeza de razão. Essas três áreas são os
pilares de uma ação de Estado. O que se faz com elas é que se torna o
diferencial de festões governamentais.
Em Alagoas, onde temos a pior concentração de renda do país, o foco na
execução de ações se torna mais necessário. O “cobertor é curto”, usa-se no
jargão político-administrativo. Em nosso caso particular, o é. Não temos uma
economia diversificada, sendo totalmente dependentes de programas federais.
Como já disse por aqui em outras oportunidades, sofremos de excesso de
açúcar.
Diante desse quadro o governo de Alagoas lançou um programa chamado “Alagoas
tem pressa”. Muito bonito no papel, mas que pouco ou quase nada tem de efetivo.
A não ser gerencias programas federais que já existiam.
Pura perfumaria.
A única ação desse programa foi a construção de uma super sala na sede
da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento – Sepland. Uma sala para se
fazer reuniões de acompanhamento (?) das ações do “Alagoas tem Pressa”. Ou seja,
acompanhar os programas federais em Alagoas.
A sala tem computadores retrateis. Um sem número de computadores, telões...
Tudo numa chiqueza e tecnologia de fazer inveja à “Sala de Justiça” dos Super-Amigos
ou para os mais novos, Liga da Justiça.
A sala tem por nome “Sala de Situação”.
A empresa que montou o sistema da sala recebeu R$ 1.730.000,00. Conforme
o Portal da Transparência em Alagoas (foto abaixo) – clique aqui
Se o cobertor é curto. Qual deveria ser a prioridade?
Quantos inaladores de oxigênio, quantas ambulâncias, quantas camas de hospital,
quantos remédios, quantos rolos de esparadrapo, seringas, ataduras, agulhas,
estetoscópios e tantos outros utensílios hospitalares dariam para comprar com R$
1.730.000,00?
Porque enquanto Luiz Otavio brinca de Liga da Justiça, pessoas passam
por extremas dificuldades no Hospital Geral do Estado como podemos ver em fotos
abaixo, por exemplo.
É claro que esse montante não resolveria o problema do atendimento de
saúde em Alagoas. Mas o debate aqui é de prioridades. Não que monitorar ações de
governo com o máximo de estrutura tecnológica possível não seja importante, mas
o debate aqui é de prioridades.
Que outro tipo de ação teve o governo de estado para que se pudesse “fazer
essa graça”? Tem política efetiva de diminuição da pobreza? Tem política
efetiva de promoção cultural? Tem política efetiva de promoção das igualdades?
Segurança? Saúde?
Tem?
Parafraseando Liev Tolstói ao dizer que os ricos jamais descerão das
costas dos pobres, os usineiros jamais descerão das costas do povo alagoano.
Sobre o suposto “mensalão”
Pra não dizer que não falei das flores, abaixo tem uns link’s
interessantes sobre como está se dando a espetacularização do julgamento, sobre
o papel da grande imprensa nisso tudo.
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