Começou
ontem, dia 16 de agosto, a leitura dos votos dos ministros do STF
sobre a Ação Penal 470, o suposto “mensalão”. O primeiro voto,
como dita o rito da Côrte, é do ministro relator, no caso, Joaquim
Barbosa. Por conseguinte vem o do ministro revisor, no caso,
Lewandovski. Em sequência do mais novo para o mais velho em tempo de
Supremo. Poderá haver uma mudança na sequência por conta da
aposentadoria compulsória de Peluzo em setembro. Dia 03 ele completa
70 anos.
Até aí,
tirando o fato de ser um processo com 50 mil páginas e sem nenhuma
linha de prova, e que mesmo assim o relator já no primeiro dia de
leitura de seu voto recomenda condenação de João Paulo Cunha e
Marcos Valério, não tem nada demais.
Até o
relator propôr um método de votação diferente, com os votos em
partes, ao invés de cada ministro votar na totalidade, também não
tem nada demais. Propôr todos podem propôr o que quiserem. Mas
dizer que se retira do julgamento se sua proposta não for acatada,
aí já é demais. Leia mais aqui
Chilique
digno de uma criança de cinco anos e não de um ministro de um
Supremo Tribunal. Órgão colegiado, num país onde o regime é a
democracia.
Se não
for o que quero, não brinco mais. Só falta dizer que o Tribunal é
dele. Assim como faz uma criança dona da bola que não aceita
perder.
De fato
que este julgamento tem elementos midiáticos demais. De sua
existência enquanto processo, caso mesmo. Até a marcação do
julgamento, num afã de entrar pra História. Leia mais aqui
Desde
a existência enquanto fato, por conta que recentemente ficamos
sabendo como a grande imprensa arma seus “furos”.
Basta
pensarmos que Roberto Jefferson foi cassado por denunciar um esquema
que não pôde provar e José Dirceu foi cassado por chefiar o
esquema não provado.
Que
o advogado do Roberto Jefferson disse que nunca existiu o esquema de
mensalão, mas que Lula seria o chefe do esquema.
Se
fosse um filme poderia se chamar “A Morte de Quem Não Nasceu”.
O
próprio “escândalo” que originou tudo isso. Um vídeo com
comissionado indicado pelo PTB recebendo propina nos Correios foi
montado por Cachoeira. O maior pauteiro da grande imprensa
brasileira.
Vale
ressaltar que o vídeo se passava no governo FHC. Mas exibido na
mídia no governo Lula. Desesperado, Jefferson criou o “mensalão”.
Conseguiu o que queria, mudou o foco e estragou a CPI dos Correios.
Se é que tinha algo a estragar.
Como
vivemos numa sociedade cada vez mais midiática, vale a acusação, a
manchete do que provas.
Cadê
os pedidos de desculpas a Erenice Guerra? Ex-ministra da Casa Civil
que substituiu Dilma quando ela se candidatou. As acusações da
imprensa, fora as baixarias da internet e da bolinha de papel,
levaram a eleição presidencial de 2010 para o segundo turno.
Ou
as desculpas a Orlando Silva. Cadê?
Os
dois tiveram seus processos arquivados por falta de provas.
Falta
de provas é um problema para a grande imprensa brasileira. A única
coisa que pode salvar a direita brasileira, ajudá-la a respirar por
aparelhos é o suposto “mensalão”. Um processo de 50 mil páginas
sem provas. Tanto é assim que até a “Grobo” fala “suposto”
agora. Antes afirmava com sangue nos dentes.
Vamos
ver no que dá todo o espetáculo novelesco da dupla STF / grande
imprensa.
Particularmente
ainda acredito que o Supremo não vai se deixar pautar pela vontade
dos Marinho, Frias, Mesquita e Civita.
O
julgamento político o povo já fez. Absolveu Lula, o PT e a
esquerda. Nas eleições de 2006 e 2010. Agora o que a grande
imprensa quer é só uma tubo de oxigênio para tentar salvar uma
coisa moribunda: ela mesma.
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