sexta-feira, 17 de agosto de 2012

J. Barbosa: se não for do meu jeito, não brinco mais

Começou ontem, dia 16 de agosto, a leitura dos votos dos ministros do STF sobre a Ação Penal 470, o suposto “mensalão”. O primeiro voto, como dita o rito da Côrte, é do ministro relator, no caso, Joaquim Barbosa. Por conseguinte vem o do ministro revisor, no caso, Lewandovski. Em sequência do mais novo para o mais velho em tempo de Supremo. Poderá haver uma mudança na sequência por conta da aposentadoria compulsória de Peluzo em setembro. Dia 03 ele completa 70 anos.

Até aí, tirando o fato de ser um processo com 50 mil páginas e sem nenhuma linha de prova, e que mesmo assim o relator já no primeiro dia de leitura de seu voto recomenda condenação de João Paulo Cunha e Marcos Valério, não tem nada demais.

Até o relator propôr um método de votação diferente, com os votos em partes, ao invés de cada ministro votar na totalidade, também não tem nada demais. Propôr todos podem propôr o que quiserem. Mas dizer que se retira do julgamento se sua proposta não for acatada, aí já é demais. Leia mais aqui

Chilique digno de uma criança de cinco anos e não de um ministro de um Supremo Tribunal. Órgão colegiado, num país onde o regime é a democracia.

Se não for o que quero, não brinco mais. Só falta dizer que o Tribunal é dele. Assim como faz uma criança dona da bola que não aceita perder.

De fato que este julgamento tem elementos midiáticos demais. De sua existência enquanto processo, caso mesmo. Até a marcação do julgamento, num afã de entrar pra História. Leia mais aqui

Desde a existência enquanto fato, por conta que recentemente ficamos sabendo como a grande imprensa arma seus “furos”.

Basta pensarmos que Roberto Jefferson foi cassado por denunciar um esquema que não pôde provar e José Dirceu foi cassado por chefiar o esquema não provado.

Que o advogado do Roberto Jefferson disse que nunca existiu o esquema de mensalão, mas que Lula seria o chefe do esquema.

Se fosse um filme poderia se chamar “A Morte de Quem Não Nasceu”.

O próprio “escândalo” que originou tudo isso. Um vídeo com comissionado indicado pelo PTB recebendo propina nos Correios foi montado por Cachoeira. O maior pauteiro da grande imprensa brasileira.

Vale ressaltar que o vídeo se passava no governo FHC. Mas exibido na mídia no governo Lula. Desesperado, Jefferson criou o “mensalão”. Conseguiu o que queria, mudou o foco e estragou a CPI dos Correios. Se é que tinha algo a estragar.

Como vivemos numa sociedade cada vez mais midiática, vale a acusação, a manchete do que provas.

Cadê os pedidos de desculpas a Erenice Guerra? Ex-ministra da Casa Civil que substituiu Dilma quando ela se candidatou. As acusações da imprensa, fora as baixarias da internet e da bolinha de papel, levaram a eleição presidencial de 2010 para o segundo turno.

Ou as desculpas a Orlando Silva. Cadê?

Os dois tiveram seus processos arquivados por falta de provas.

Falta de provas é um problema para a grande imprensa brasileira. A única coisa que pode salvar a direita brasileira, ajudá-la a respirar por aparelhos é o suposto “mensalão”. Um processo de 50 mil páginas sem provas. Tanto é assim que até a “Grobo” fala “suposto” agora. Antes afirmava com sangue nos dentes.

Vamos ver no que dá todo o espetáculo novelesco da dupla STF / grande imprensa.

Particularmente ainda acredito que o Supremo não vai se deixar pautar pela vontade dos Marinho, Frias, Mesquita e Civita.

O julgamento político o povo já fez. Absolveu Lula, o PT e a esquerda. Nas eleições de 2006 e 2010. Agora o que a grande imprensa quer é só uma tubo de oxigênio para tentar salvar uma coisa moribunda: ela mesma.




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