O TRE de
Alagoas, sob alegação de abuso do poder econômico, decidiu por
quatro votos a três cassar o mandato do deputado estadual João
Henrique Caldas ou somente JHC. Eventos religiosos com o pastor RR
Soares – aquele da TV – motivaram a ação. No período eleitoral
de 2010, Soares esteve em Alagoas e em seus eventos teria pedido
votos para JHC e seu pai, João Caldas.
De fato
RR Soares pediu votos a JHC. Pelo menos no guia eleitoral.
Como é
comum na justiça local, vários membros do colegiado se alegaram
suspeitos para julgar o caso e pedidos de vistas arrastaram o
julgamento até os dias de hoje.
O
Ministério Público deu parecer favorável ao deputado. O próprio
autor da ação desistiu de dar continuidade a ela.
O
primeiro comentário que faço aqui é sobre o voto da vice
-presidente do TRE, Elizabeth Carvalho. Ela foi de um preconceito
contra a igreja de RR Soares como nunca alguém que use toga num
país cujo o Estado é (ou se diz ser) laico deveria ter ou
demonstrar. Chegou a afirmar que o pastor deveria estar preso. Pelas
falas apenas por ser pastor de uma igreja não tão tradicional,
digamos assim.
O outro é
que não sou admirador do deputado. Não avalio seu mandato como algo
extraordinário. Suas relações politico-familiares me dão inúmeros
motivos para ter os dois pés atrás com ele. Porém o que “quero
para Chico, quero para Francisco”.
Se no
processo o autor da ação desistiu de mantê-la ou segundo algumas
pessoas que acompanharam mais de perto o caso, não há provas no
processo de envolvimento econômico de nenhum tipo entre Soares e
JHC, não pode haver culpa. Pelo menos não aos olhos do Estado.
Ressalto
aqui que quem mistura política com religião, não importa o
partido, perde qualquer credibilidade. No meu entender não dá para
misturar questões de fé com a materialidade e racionalidade que se
exige na política. Usar da fé alheia para angariar votos é uma
atitude baseada em desonestidade intelectual e induz as pessoas a
votar no “chamado divino” e não em um agente público.
JHC disse
que vai recorrer aos tribunais superiores. Se perder no TSE vai ao
STF. Se o STF mantiver a atual jurisprudência, JHC perdeu o mandato.
Teria que valer a tese do “domínio do fato”.
Ele
estava no evento com RR Soares. Existem provas de sua presença e até
o próprio Procurador Eleitoral confirmou panfletos foram
distribuídos.
Se os
eventos de RR Soares foram, como afirmou Carvalho ao proferir seu
voto no TRE, foram pagos de forma duvidosa e tinham cunho
eleitoreiro, é óbvio que JHC sabia disso. Essa é a tese do
“domínio do fato”.
JHC pode
ser o primeiro a sofrer a nova jurisprudência promovida por nosso
midiático Supremo Tribunal Federal.
Agora
imaginem quando os juízes de primeira instancia começarem a
condenar sem provas.
Haja
cadeia.
Não
torço pela cassação do deputado. Não votei nele e não acho seu
mandato nada demais, mas não gosto de injustiças. Se não há
provas de que ele violou as regras do jogo, então ele deve continuar
jogando.
PSOL/AL
o presidente do diretório municipal do PSOL e candidato a prefeito
pela legenda nas últimas eleições, Alexandre Fleming, foi afastado
do partido sob a alegação de não dar providências – expulsar –
sobre o caso das denúncias de compra de votos pelo segundo vereador
eleito no pleito, Guilherme Soares.
O afastamento foi uma intervenção do presidente estadual do
partido, Mário Agra. Agra é ex-marido de Heloísa Helena.
HH nunca gostou de companhia na Câmara de vereadores. Na eleição
de 2008, ela teve votação suficiente para si e outra candidatura.
Essa é a regra das eleições proporcionais. Os votos somam de cada
candidato somam para todos da chapa ou coligação.
Uma das primeiras falas de Heloísa foi de desdém com o companheiro
partidário que assumiria mandato ao seu lado.
E não tem quem me convença que o afastamento do Fleming não tem o dedo dela. Mesmo ela, conforme o prórpio, não tenha participado da reunião que o afastou.
Como diz um ditado alagoano: “tem gente que é como o mandacaru.
Não dá encosto, nem sombra”.
Acabo de saber por uma fonte que não quis se identificar que dos 09 votos pela saída de Fleming da presidência do PSOL em Maceió, três têm relação direta com Heloísa Helena.
Dois são de seu gabinete na Câmara Municipal e o terceiro de uma prima.
Pense num mandacaru espinhoso.
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