"São Paulo é de todos que aqui vivem" |
Poucas
vezes uma expressão usada em Alagoas caiu tão bem quanto ao final
do segundo turno das eleições municipais de 2012. A expressão é:
“poque pelas costas”. Ela é usada para dizer que uma pessoa
ficou com tanta raiva ou tão incomodada com determinada situação
que explodiu, daí o “poque pelas costas”.
É
exatamente assim que se comportaram os agentes da grande imprensa
brasileira diante de mais um desastre eleitoral. Não bastasse a
palhaçada que é a cobertura política no país, agora eles se
tornam malabaristas para justificar mais essa acachapante derrota.
Desde a
vitória de Lula em 2002 que o gráfico da direita é em queda.
Até o
FHC falou em renovação no PSDB.
Não há
renovação para o PSDB. A não ser que todos os seus membros
repentinamente sumam ou vão à lua e não mais voltem. E mesmo assim
que assumisse seus lugares não poderiam ter qualquer relação com
quem estava antes, nem mesmo relação de lembrança.
Como isso
só seria possível em um dos filmes de fantasia da série “As
Crônicas de Nárnia”, então a única alternativa ao tucanato é
a extinção.
Mesmos os
tucanos – e aliados – vitoriosos em suas disputas eleitorais o
fizeram negando a cartilha partidária, como foi o caso, por exemplo,
de Maceió. Aqui, o então candidato tucano, não elaborou uma única
proposta sequer – exceção para cozinhar merenda nas escolas,
visitar um posto de saúde por semana e trocar lixo por comida na
periferia da cidade – apenas falou em implementar programa
federais.
Nem a
maior novela tragicômica do julgamento do “mensalão” no STF deu
resultado. Puseram em risco a jurisprudência do país para derrotar
o PT e seus aliados e os objetivos não foram alcançados. Agora, por
conta da sede de poder das elites, qualquer pessoa pode ser condenada
sem provas por conta da teoria do “domínio do fato” e se as
votações da reforma de previdência e tributária do primeiro
governo Lula foram aprovadas, segundo STF e a grande imprensa, sob a
maculação do desejo popular por compra dos votos dos parlamentares,
ambas as reformas estão nulas.
Este tipo
de raciocínio, que seria o correto, já permeia alguns juízes. Em
Minas Gerais um juiz já deu parecer baseado no julgamento da AP 470.
agora imagine isso em reação em cadeia. O STF, responsável pelas
garantias jurídicas do país, causou a maior insegurança jurídica
nacional.
E aqui
sem nenhum debate sobre as reformas em si. Se foram boas ou não.
Em São
Paulo, o local onde motivou todo o esforço midiático com o auxilio
do STF para derrotar o PT e seus aliados, Serra perde com sua guinada
ao obscurantismo. Nem mesmo a grande imprensa se empenhou em
ajudá-lo. Especialmente, após começar a agredir jornalistas
fortuitamente.
Toda essa
atenção especial a São Paulo se deva à economia. É a maior
cidade do país, geográfica e economicamente. E é a economia que
determina as relações sociais.
A morte
política do Serra ajuda o PSDB a se resolver para 2014. Em SP
Alckmin deverá se candidatar à reeleição e Aécio à presidência.
Se Serra lograsse êxito, empurraria Alckmin para disputar prévia –
ou qualquer outro mecanismo de escolha tucana – com Aécio em 2014.
Aécio
aliás, diferentemente do apregoa a grande imprensa, foi o maior
derrotado em MG. No máximo pegou carona num candidato do PSB em Belo
Horizonte. Por mais afinado que Lacerda seja com o tucanato mineiro
não foi eleito sob a legenda da ave do bico grande. No interior as
disputas de segundo turno giraram em torno de partidos da base
aliada. O que só agravaria o clima interno no PSDB se Serra tivesse
vencido em São Paulo.
Serra
perde com aproximadamente mais de 700 mil votos de diferença. Esse
foi o resultado de seu racismo, de sua homofobia, de sua guerra santa
contra a melhoria de vida do povo brasileiro impulsionada pelos
governos Lula e Dilma.
Haddad
saiu de 3% nas pesquisas para imprimir a terceira derrota de Serra
para o PT e aliados. A segunda para um “poste” de Lula. A
primeira foi para Dilma em 2010.
Outro
fator é Lula. A cada eleição dá aula de política aos letrados e
catedráticos de universidades e academias de letras do país.
Como ele
mesmo disse em ironia à afirmações de que suas escolhas não
passam de postes: “de poste em poste vamos iluminando o Brasil”.
Nem o já
tradicional jogo sujo da autoproclamada conseguiu derrotar Lula,
Haddad, o PT e aliados. O diretor de Veja disse em entrevista não
ter a famigerada fita da entrevista “bomba” de Marcos Valério na
capa da edição. Dentro, no texto, Veja disse que Valério teria
dito o que ela publicava a amigos.
O PT foi
o partido mais votado em 2012. Os aliados logo em seguida. Se somar
os votos da base aliada, o resultado fica em torno 80% dos votos
nacionais. Se se considerar que os vitoriosos do PSDB não defenderam
a sua cartilha e sim os programas do governo federal que tanto
combatem no Congresso e na mídia.
Esses
votos são fruto de estelionato eleitoral.
E o FHC,
o que lhe resta a fazer? Acho que irá para um lugar mais “chique”. E o Serra volta para tumba, lugar de "vampirão".
Em
tempo
Alagoas
e Pará são duas ilhas de PSDB no Brasil. Não é a toa os índices
sociais nesses estados, sua concentração de renda e terra e seus
conflitos agrários são os piores do país.
Um comentário:
Não podemos esquecer das pessoas que se diziam "de bem", "defensores da moral e dos bons constumes" pagaram com sua própria identidade um alto preço de exposição ao ridículo quando xingavam, xingavam e riam, como bêbados sem noção do tempo e espaço, pobres almas vendidas para uma rebeldia sem causa, orientada por suposições, delírios e grandes viagens na "Helmmans Airline".
As ultimas eleições comprovaram o despreparo do internauta brasileiro, fácilmente alienável, bastando acender o "pavil do ódio de classe" que alguns tem em ponto de combustão. Milhares de emails de pessoas revoltadas, twitter, facebook e até orkut inchados de coisas ridículas como a nota de 50,00 com "Lula Seja Louvado", a capa da Forbes com Lula milionário, ora ora, bastava ir ao forbes.com e ver a original. Seria engraçado se não fosse trágico. O efeito dominó da ignorância e da estupidez.
@italovalerio
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