Foi com
alta dose de frustração que militantes e simpatizantes do PT ou
mesmo aqueles que anseiam por um país verdadeiramente democrático,
receberam a confirmação da retirada de Policarpo Júnior, conhecido
pela quadrilha do Cachoeira como “Caneta” ou “Poli” e do
Procurador (ou seria prevaricador?) Geral da República, Roberto
Gurgel do relatório da CPI batizada com o nome do bicheiro.
Ao deixar
vazar o conteúdo de seu relatório à Globo, o deputado Odair Cunha
(PT-MG), armou o front adversário contra si.
O
indiciamento de Policarpo Júnior não é – ou seria – um ato de
revanchismo, como apregoam tucanos, grande mídia e adjacentes. Suas
relações com a quadrilha eram muito mais do que relação
fonte/jornalista. Isso que disse não foi o relatório de Cunha, foi
a Polícia Federal. Seria um ato de justiça. Justiça porque não dá
mais para ter no Brasil a imprensa suja como ela está. Do apoio à
ditadura a relações com bicheiros e práticas de arapongagem
barata.
Jornalista
bandido, bandido é. E pronto. Não tem mais, mais. Policarpo
envergonha até os jornalistas conservadores, se estes forem de fato
jornalistas.
Também
não seria ato de revanchismo o indiciamento ou pedido de
investigação para o Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP) de Roberto Gurgel. Ele recebeu provas para inciar uma
investigação contra Demóstenes Torres, braço da quadrilha de
Cachoeira, e nada fez. Isso ainda na Operação Vegas. A PF precisou
iniciar outra operação, a Monte Carlo, para pegar o ex-senador e
mosqueteiro da ética de Veja.
Revanchismo
é que a grande imprensa faz com reportagens falsas, com ocultação
de informação e toda a campanha pseudo moralista contra Lula e o
PT. São derrotados em todas as eleições desde 2002 e não sabem
mais o que fazer para além dessa prática. Usam a concessão
pública, no caso da mídia eletrônica, para seus interesses
políticos e econômicos. No caso dos impressos, o jornalismo de
verdade, se muito, está nas notas de rodapé.
Globo,
Veja,Estadão e Folha. Este é o quarteto do apocalipse midiático
brasileiro.
Sobre o
recuo de Cunha e do PT. Algumas ponderações precisam ser feitas.
Primeiro
que a base mostrou-se mais do que inconfiável para questões de
fundo. Este relatório poderia iniciar um debate de verdade sobre os
meios de comunicação no Brasil. Deputados e senadores da base
governista, estavam na linha de frente na defesa de Policarpo. Tudo
por boas matérias, recomendações e elogios vindos da grande
imprensa.
Até o
PSOL, com todo o seu radicalismo, serve de bom grado aos mandos da
grande mídia.
O ego é
realmente o pecado predileto do Diabo.
Segundo
que o nível das pressões sofridas nos bastidores por Odair Cunha
será de conhecimento de poucos. O jogo bruto que acontece nos
corredores do Congresso devem ser de dar enjoo até no “Seu Lunga”,
ícone da brutalidade.
Ao
afirmar aqui a central importância da correlação de forças para
se aprovar um relatório com o conteúdo original de Cunha, não
significa defender acerto por parte do relator. Ou do PT.
Li
comentários de que a retirada foi para aprovar o resto. Como o
pedido de indiciamento do governador de Goias, Marconi Perillo.
Esse é
uma tática falida. Não há nenhuma garantia de que essa parte do
documento será aprovada.
Às vezes
a gente perde ganhando e ganha perdendo. Se o pedido de indiciamento
do governador goiano for aprovado, essa tese – sendo verdadeira –
será vitoriosa, mesmo, pessoalmente, discordando dela.
Odair
Cunha ou o PT deveriam ter mantido Policarpo e Gurgel no relatório.
Se perdesse sua aprovação no plenário da CPMI ou no Congresso
Nacional pelo menos não teria recuado perante os caprichos da grande
imprensa. Caprichos esses que muito já custou à democracia
brasileira.
Perderia
a votação, mas venceria politicamente.
Daria
ânimo a militância, filiados ou não. Levantaria o debate da
regulamentação dos artigos constitucionais da Comunicação Social.
Os
desdobramentos desse recuo precisam ser acompanhados com atenção.
Essas águas ainda estão passando por baixo da ponte.
A
retirada do “Caneta” e do Gurgel foi um erro. Serve somente para
dar mais moral para os ataques que o próprio PT, aliados e o governo
sofrem por parte da mídia.
A prática
de dar a outra face ficou há 2000 anos atrás.
4 comentários:
DEU NO BLOG DOS AMIGOS DO PRESIDENTE LULA:
Odair Cunha faz o possível na CPI. Temos que criticar é Miro Teixeira, Taques, o PMDB e demotucanos.
A CPI do Cachoeira é um colegiado que tem 34 parlamentares titulares. Destes, só 5 são do PT e 2 do PCdoB.
Os demais partidos, salvo um ou outro parlamentar, são vozes discordantes em diversos temas. A maioria da base governista que apoia Dilma está também na bancada da Veja, da Globo.
O PDT, por exemplo, tem Miro Teixeira (RJ) e Pedro Taques (MS) que se aliaram aos demotucanos para blindar a imprensa e o Procurador-Geral, mesmo diante de tantas evidências.
O PMDB que, na época em que Renan Calheiros (AL) era alvo da Veja cogitou abrir uma CPI para investigar o Grupo Abril, não quis comprar brigas, preferindo fazer um acordão de bastidores com os barões da mídia.
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Agora digo eu:
Lamento discordar. Mas é necessário.
Não sou da oposição. Ao contrário, sou petista de carteirinha e fundador do partido, ainda hoje militando na base onde já fui presidente da legenda. Tudo com muito orgulho.
Mas, para valer o raciocínio dessa postagem do "Amigos do Presidente Lula" a posição política deveria ser outra.
Se havia risco do relatório não ser votado, que se retirasse as partes citadas.
Mas, imediata e principalmente, que se apresentasse essa mesma parte retirada como proposta de emenda aditiva ao relatório. Ainda que apresentada por outro parlamentar do PT que não o relator. Óbvio.
Que os tais parlamentares da bancada da Veja e de proteção ao Procurador votassem a favor do relatório sem "aquelas partes" e que também votassem contra a emenda aditiva trazendo as "partes retiradas" de volta.
Que eles paguem o mico da subordinação aos interesses escusos da Veja, Globo e cia. com seus votos.
Ao se submeter dessa forma o PT se acovardou. Não há outra interpretação.
Sinto muito. O PT está deixando a desejar. O golpe está sendo armado e o PT permanece que nem o "bom cabrito", que não berra nunca.
Jango Goulart também achou que o comício do Rio seria suficiente para segurar seu governo. A história nos conta a barbárie a que o povo brasileiro foi submetido a seguir, a partir do 1º de abril e por vinte e cinco longos anos.
ESTOU ENOJADO...
Mesmo com o risco de o relatório ser rejeitado, era importante o PT mantê-lo. Os outros que votassem contra. Teríamos um argumento excelente para apresentar à sociedade. Mas o PT caminha para ser um campeão de covardia política.
Quem muito abaixa, mostra a bunda, já dizia minha avó... PT tinha a faca e o queijo na mão, deu a faca para o bandido, o queijo para o rato e correu prá baixo da cama. Merece cada paulada que tem levado da grande mídia. Covardia grossa...
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