Nos
últimos tempos temos visto a criminalização da política se
intensificar. Não faltam, fatos e factoides para a execução da
campanha antipolítica. Vale tudo para tirar a participação popular
dessa esfera da convivência em sociedade. A principal delas, por
sinal.
São as
decisões políticas que determinam tudo os que nos cerca. De preços
de mercadorias e semáforos nas ruas a quantos e quais são os
parlamentares em qualquer nível ou como a economia de determinado
local é tocada ou a forma de escolha até do s membros do
Judiciário. Qualquer escolha que dialogue com a coletividade ,
essencialmente, política.
Não
temos nem trinta anos de democracia ininterrupta no país. E este é
o maior período democrático de nossa História.
Em certa
medida é natural que existam problemas no exercício da democracia
no Brasil. Como por exemplo, a relação entre os poderes da
República. Presenciamos neste momento que é o galo que canta em
qual galinheiro na relação Câmara dos Deputados e STF.
O
Presidente do STF, Joaquim Barbosa, chegou a afirmar em sessão do
dia 10 de dezembro que “O STF é a Constituição”.
Outro
aspecto é a nefasta existência dos financiadores de campanha. Ela
transforma representantes do povo em office-boys.
Nessa
confusão sobre o papel de cada um no convívio em sociedade, a
imprensa, ou parte dela, tem a absoluta certeza de ser maior do que
qualquer Poder constituído, do qualquer mandatário popular. Quer
acusar, julgar e condenar. E é claro, não aceita a menor fagulha de
crítica. Não se criticam os deuses, pensam os agentes midiáticos.
E
no Brasil ela atua sem a mínima regulação. Não havendo regras, é
natural que haja dessa forma.
A
questão é que a imprensa não é um Poder. Ela é instrumento do
poder econômico. Este o grande poder. O que realmente manda.
Não
tem essa de Poder executivo, Poder Legislativo ou Poder Judiciário.
Tampouco a imprensa é o quarto poder. Isso é conversa mole. O poder
que manda é o econômico.
Ele
determina a linha editorial da imprensa; determina ações de governo
e criação de leis e também a velocidade ou não, a rigidez ou não
de processos no Judiciário.
É
evidente que existem contradições. Esta é uma regra geral e se
materializa globalmente.
Melhorar
o poder de compra das pessoas até certo ponto interessa ao poder
econômico. Até certo ponto. A partir do momento em que as posições
na chamada pirâmide social se deslocam, aí não interessa mais.
Projeção
politica de pessoas oriundas do povo, interessam também até certo
ponto. Legitima o sistema político criado pelo capital. Mas
um filho do povo alcançar o status que Lula alcançou no Brasil e
fora dele, não interessa ao poder econômico.
Não
a toa que a imprensa bate tanto em Lula. Não é a toa que ela
requenta matéria a todo o instante. Muda nos requentes um parágrafo,
coloca umas aspas, muda o título e o lide. Pronto, “escândalo”
novo.
Mas
o que não pode se dar é um grupamento político, seja partido ou
social, não devolver as pancadas sofridas. Isso não é nem salutar
para a democracia. Democracia é construção diária.
Não
se pode apanhar sem bater de volta.
Aí
o PT errou feio. Desde 2003 teve a chance de reorganizar parte das
regras do jogo. Ou pelo menos mostrar que se apanhar muito, revidaria
as pancadas.
Infelizmente,
o PT e a esquerda como um todo, apanham, apanham e dão a outra face.
Momentos
que cito a seguir não
mudariam o centro da regra do jogo, mas dariam mais equilíbrio entre
os atores. Isso sem falar na
Reforma Política. Mas tem que ser uma reforma mesmo e não um
remendo eleitoral. O Estado brasileiro precisar ser reformulado.
Primeiro,
a retirada de Policarpo Júnior de Veja do relatório da CPI do
Cachoeira. Como argumento foi dito que a retirada se deu para
garantir o restante do documento. Não vai passar nada. Perillo
sequer será citado no texto final. Aposta minha, que espero estar
errado.
Outro
exemplo, para cita rum mais distante. Foi o debate sobre a criação
do Conselho Federal de Jornalismo em 2004. Órgão, nos mesmos moldes
da OAB ou CRM, que serviria para regulamentar a profissão de
jornalista no Brasil.
Os
Jornalistas em congresso da Federação Nacional de Jornalismo
(FENAJ) decidiram pela criação de sua autarquia. Então o
executivo, como preconiza a Constituição para a criação de
autarquias, elaborou a mensagem para enviá-la ao Congresso.
A
defenestração foi gigantesca. “censor” era a palavra mais
“sociável” que a imprensa usou. Quer dizer, os donos da
imprensa.
Com
o Conselho, questões como condições de trabalho e piso salarial
seriam nacionalizados. Além é claro, da formação do profissional
em jornalismo.
Dia
após dia, fica claro que assim
como no futebol, onde quem não faz gol, leva.
Em
política, quem não bate, apanha.
Sobre
a carga tributária
Quando
disserem que a carga tributária do Brasil é uma das maiores do
mundo, saiba que isso não é verdade.
Dados
da carga tributária de 183 países relativa a 2010, levantados pela
organização conservadora The Heritage Foundation, mostram que o
Brasil ficou no 31º lugar em carga tributária.Destes, 27 são
países de grande desenvolvimento humano, europeus em geral. Clique aqui e leia a tabela e aqui para entrar no site da Heritage Foundation
Sobre
a corrupção, um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que
ela tem impacto de 2% (dois por cento) de nosso PIB. Na década, o
Tribunal de Contas da União (TCU), recolheu 7 bilhões de reais por
ano em corrupção, mas a sonegação fiscal anual atinge 200 bilhões
de reais.
Com
informações de @stanleyburburin
Um comentário:
Bom dia Cadu.
Estou impressionada com a qualidade do texto. Recomendei para amigos do face. É bom saber que temos um espaço democrático de qualidade como este. Parabéns!
Um abraço
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