Acirrou o
embate pela lei de meios na Argentina. O último sete de dezembro
seria o dia para que os grupos de comunicação do país revelassem
seus planos de adequação à redistribuição dos espaços de mídia
eletrônica aprovada em 2009. Mas a Justiça daquele país concedeu uma liminar ao
grupo Clarín adiando a data de início da na lei.
O grupo
Clarín possui quatro canais de TV aberta, 19 rádios AM, FM e mais
de 240 sistemas de TV a cabo, segundo o site La Jornada. Íntegra da "Ley de Medios" argentina aqui
Todos os
oligopólios de comunicação de nosso continente estão em
polvorosas com a possibilidade de eco na criação de leis de meios.
No Brasil, esse debate sempre é postergado. Desde a promulgação de
nossa Constituição em 1988, os artigos que se referem à
comunicação social no país estão sem suas devidas
regulamentações.
Prejudicando a democratização dos meios de comunicação, garantido a
pluralidade de ideias, opiniões e informação.
É sabido
até pelas amebas que a “grande imprensa” colaborou com o golpe
de 64. A Globo só é a Globo por causa dessa relação, por
exemplo. A Folha chegou a emprestar seus carros para que agentes do
regime fossem à caça de subversivos.
Aqui e
nos países vizinhos, os grandes grupos se constituíram como tal
graças às ditaduras impostas com a ajuda logística dos EUA.
Agora são
essas empresas construídas graças a repressão a diversos povos que
falam em liberdade de expressão.
Não é a
toa que não existem empenho ou pressão para que as comissões da
verdade (estaduais e nacional) funcionem. Aqui, sem debate sobre seu
formato e concepção. Independente disso, se a grande imprensa
realmente condena abusos autoritários como tanto apregoa; se é
defensora dos pilares da democracia, tinha o dever de emprenhar-se
para o rápido e bom andamento das comissões.
Sabem por
que não fazem isso?
Porque
elas estariam na berlinda, junto com os torturadores e sequestradores
da ditadura militar.
Há quem
afirme que estas empresas sobreviveram à ditadura militar. Ninguém
sobrevive em expansão, crescendo. Sobrevivência é ato de manter-se
como está para não cair ou diminuir quantidade ou qualidade de algo
ou alguma coisa. Todos os órgãos de comunicação da “grande
imprensa” aumentaram seu poderio entre 1964 e 1988.
Salvos
momentos esporádicos e casos isolados, é falsa a afirmação de que
nesses veículos existia censura.
A
cumplicidade com a arbitrariedade é marca dos grandes meios de
comunicação no Brasil. Registros dessa irmandade não faltam.
Portanto,
todo o argumento de ataque à democracia sempre que surge o debate de
regulamentação dos meios de comunicação é mais falso do que nota
de três reais.
Recentemente,
o STF anulou a chamada lei de imprensa oriunda desse período. Mas
ela tinha pelo menos um aspecto positivo: o direito de resposta.
Agora fica a bel prazer dos donos dos meios de comunicação ou de
juízes a materialização desse direito.
Marco
Civil da internet
Outro
espaço de informação alvo dos oligopólios de comunicação é a
internet. Relativamente nova diante das leis do Brasil, está em
discussão seu marco civil. Suas regras para a convivência na rede
mundial de computadores no país.
Entre
os principais pontos está a neutralidade de rede. É ela que garante
a mesma velocidade de navegação para todos os sites da internet. Se
a neutralidade não for garantida, os provedores darão maior
velocidade para os que pagarem mais.
Como
disputar poder econômico com as Organizações Globo ou Grupo Folha
ou Estado ou Abril?
Esse
caráter plural da internet, que garante – mesmo os oligopólios da
comunicação tendo os maiores portais – uma disputa pela
informação mais igualitária, incomodando e, às vezes, pautando a
“grande imprensa” na rede e fora dela está ameaçado.
Somente
com a regulamentação dos artigos de nossa Constituição, com o
direito de resposta assegurado por força de lei e com a garantia da
neutralidade de rede, teremos de verdade liberdade de expressão e
democracia no acesso à informação.
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2 comentários:
É por isso que o PIG morre de medo dos blogs sujos. Do cacete, Cadu esse post. Eles tremem! Valeu!
Belo post, Cadu!
O que salva nossa não-nascida democracia são a bem dizer, os blogs "sujos".
Pq na "grande imprensa" os desviantes do sistema monocratico-ditatorial por eles implantados são raros - @pmoreiraleite uma das poucas exceções, Veríssimo outra (no momento fora de combate)...
Espero viver o suficiente para ver uma Lei de Meios implantada em nosso País, uma Lei de Direito de Resposta aos achaques da canalha midiatica... com uma Democracia plena, acho que não viverei o bastante...
Enfim.
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