Sob o
argumento de “mais agilidade”, o secretário estadual de educação
de Alagoas, Adriano Soares, através de seu perfil no Facebook,
defendeu as mudanças no Conselho Estadual de Educação (CEE)
realizada pelo decreto 23.431/2012. O centro desse decreto é o fim
da democracia no Conselho. Agora, o presidente será sempre o
secretário de estado da educação e vagas abertas serão indicadas
por ele.
Além
dessa excrescência política, a atual gestão do Conselho, eleita
democraticamente, foi cassada pelo ato governamental.
Os
agentes da ditadura militar dariam um prêmio ao governador de
Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) por essa medida que torna
“ágil” um espaço tão importante para o avanço educacional no
estado.
O
menestrel das Alagoas é que deve estar se revirando no túmulo.
Quanta diferença entre pai e filho.
Soares
afirma em nota que o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da
Educação em Alagoas (Sinteal), somente ataca a decisão do governo,
mas não consegue apontar avanços do CEE e que sempre põe a culpa
na falta de estrutura.
Falta de
estrutura em qualquer órgão que seja, é ou não motivo para baixo
desempenho?
Mesmo não
alcançando as metas e objetivos, como afirma Soares, sua diretoria
foi eleita democraticamente. Ponto.
Segundo o
secretário, “as mudanças que estão sendo feitas na educação de
Alagoas são pautadas pela busca de eficiência, estabelecendo-se uma
gestão por resultados” e, portanto, as mudanças impostas pelo
decreto serão o início das resoluções dos problemas educacionais
em Alagoas.
Minha
vontade era dizer que agora é a hora de dar risadas, mas a vontade é
de chorar.
A
educação em Alagoas tem os piores índices do país. A violência
se escancara nas escolas e a única alternativa do governo tucano é
revistar estudantes em sala de aula nas escolas da periferia de
Maceió. Reformas intermináveis atrasaram em um ano os estudos de um
sem número de pessoas.
E agora
essa volta no tempo. Ao tempo da ditadura e do coronelismo.
O
secretário ainda insiste em afirmar que é o sindicato que luta pela
manutenção da atual estrutura do CEE onde, segundo ele “feudos se
conservam ao longo do tempo”.
Quem é
que luta pela manutenção de “feudos” em Alagoas?
Temos as
mesmas relações de Poder desde o século XVIII. E vivemos um
período de acentuação dessa lógica. O governador é usineiro; o
presidente do legislativo estadual é usineiro e a Justiça está
repleta de usineiros, prepostos e xeleléus.
Agora o
CEE virou playground dessa
estrutura, onde
o governo do estado, através do secretário diz quem vai e quem
fica. Se não concordar com ofensiva para destruir a educação em
Alagoas em nome da “agilidade”, está fora ou
não entra!
Sobre
a situação, digamos, sofrível que vive a educação alagoana,
Adriano Soares
tem o disparate
de colocar a culpa nos trabalhadores. “Assumimos
a necessidade de mudanças urgentes e tomamos para nós, intimoratos,
o dever de mudar esse quadro desolador, que o Sinteal contribuiu como
protagonista para nele chegarmos”.
Não
dá para chamá-lo de louco, porque os loucos não respondem por si.
Ele é um agente do reacionarismo açucarado que domina o estado. E
por não ter o mesmo sangue, assim que não for mais útil, será,
como tantos outros, descartado.
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