Aconteceu
o que já era esperado: o relatório da CPI do Cachoeira elaborado
pelo deputado Odair Cunha (PT-MG) foi rejeitado. A tese, furadíssima,
de que retirar o “caneta”, quer dizer, Policarpo Júnior de Veja
do texto, como também o Procurador-geral da República, Roberto
Gurgel para garantir a permanência de Marconi Perillo (PSDB),
governador de Goiás e de Fernando Cavendish, da empreiteira Delta,
deu onde podia. Com os burros n'água.
Nem mesmo
o bicheiro, cujo nome batizou a comissão parlamentar, foi acusado de
nada pela CPI.
Perillo é
tão cara de pau, que fala em perdão a quem quis incriminá-lo.
Aliás, cara de pau é marca tucana. Álvaro Dias que votou pela
geleia geral nesta CPI, está se especializando em “bravataria”.
Não confundir com “privataria”, isso o PSDB já é PhD há
tempos. A cada fala do paranaense, uma ladainha nova.
Não
adianta procurar culpados pelo pífio resultado da Comissão. Ele é
fruto da correlação de forças. Esta ultrapassa os limites das
siglas partidárias, haja vista membros da base na defesa
intransigente do jornalista bandido. Destaque para o deputado Miro
Teixeira do PDT do Rio de Janeiro ou mesmo o senador Pedro Taques,
também do PDT, só que do Mato Grosso. Estes dois fazem as saudades
do velho Leonel Brizola aflorarem.
Na
verdade, remoer erros e ficar no corner é o que a oposição
e a velha mídia conservadora querem que o PT, partidos aliados e
setores mais progressistas da sociedade façam por longo período.
Assim a pauta das sombras impera com mais facilidade.
Assim, ao
invés de se destacar os avanços sociais extraordinários que
estamos vivendo; a distribuição de renda permanente; a redução
das tarifas de energia; a mudança de paradigma na economia com taxas
de juro a níveis sensatos; e o fim da vida mansa de quem vinha aqui
enriquecer no blefe, sem produzir um alfinete sequer.
Sem falar
na mais bem sucedida e estruturante política de distribuição de
renda existente no país: a valorização do salário mínimo.
Os
programas de transferência de renda por mais importantes que sejam,
por que acelerem o crescimento econômico e ajudem a dar mais
dignidade à vida das pessoas mais pobres, não têm a importância
da política de valorização do salário mínimo vigente.
Segundo
dados da Fundação Getúlio Vargas, hoje temos 52% da população na
classe média ou classe C, com rendimentos variando de R$ 1.065,00 a
R$ 4.591,00. não existe mais pirâmide social no Brasil, o objeto
geométrico para ilustrar nossas faixas de renda é um losango.
Não é a
toa a harmoniosa e nada elegante campanha do medo encampada pela,
como diz o Mino Carta, casa-grande e a mídia nativa.
Isso
aumentado pelas sucessivas derrotas eleitorais e a escuridão no fim
do túnel para a oposição. Ela não tem nome, não tem agenda e nem
o discurso moralista que ainda, o “quarteto do apocalipse
midiático”, Folha, Veja, Globo e Estadão, insistem em manter
artificialmente.
É
natural que derrotas surjam no front, mas
a guerra está sendo vencida. Seja eleitoralmente, seja pelo enorme
aumento na qualidade de vida do povo brasileiro. E muito mais
batalhas surgirão e este deve ser o foco.
Ainda
há milhões de pessoas a serem inclusas na economia. Ainda há
problemas a serem resolvidos nas universidades, na infraestrutura, na
política cultural brasileira, na saúde, na segurança. Alguns podem
afirmar que essas questões sempre estiveram aí, mas a diferença é
a ótica atual. Antes nossos problemas eram de recessão, agora são de crescimento econômico.
Precisamos
é pautar alternativas a estas questões. Dar luz aos problemas do
país.
Enquanto
a oposição regojiza-se com um discurso do fracasso, os setores que
almejam e constroem, não somente um futuro, mas um presente melhor
no Brasil devem erguer a cabeça e continuar mantendo a vitória da
esperança sobre o medo.
3 comentários:
Edu...
Ou o PT começa a agir como Governo, ou o povo vai começar a olhar outra via de esquerda.
O PT não pode ser contaminado pelas fraquezas dos Odais... Aliás, o PT tem que se espelhar no então senador Collor, ou, em um curto tempo, as consequências seram irreversíveis para o PT.
Afinal... Só os simpatizantes, militantes estão dando a cara a tapa... a base petista (com raras exceções), tá em frente a TV assistindo o jn e dizendo: _O povo nos ama".
Um hora o povo cansa e aí... bey bey tristeza.
É necessário que as organizações do movimento popular e sindical preparem a resistência ao golpe, desde já. A tal "correlação de forças" não é estática, e sim dinâmica, e pode mudar rapidamente quando a população vai à luta. Que o digam os países que estão vivenciando a Primavera Árabe.
Cadu, li por indicação de meu amigo Fábio, de Fortaleza, pelo Twitter.
Gostei.
E vou fazer uma sugestão, inclua na sua lista de textos legais:
http://solimoes.ic.unicamp.br/~campos/ElogioOcio.pdf
Elogio ao ócio, de Bertrand Russell
Um abraço
Kiril
de São Paulo
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