Enquanto
no Brasil a “grande imprensa” – conservadora e rasteira como
ela só – cascavilha motivos e, quando não os encontra, inventa
para desgastar e mesmo agredir o ex-presidente Lula, no resto do
planeta ele é ovacionado. Todos querem ouvir o que o retirante
nordestino e ex-metalúrgico que se tornou presidente da República
tem a dizer.
Aqui
lançam manchetes que em nada tem a ver com a prática jornalística,
que vão desde “namoradas” a entrevistas baseadas no “disseram”
e “alguém disse a alguém que teria dito a outra pessoa”. Coisas
que em lugar nenhum do planeta seriam publicadas do jeito que são
aqui no Brasil. Manchetes de criar vergonha até em Rupert Murdoch.
Aos que
defendem a postura da mídia no Brasil, resta sempre falas do tipo
“vai dizer que Lula é santo?”. Uma tentativa vã de desmerecer
as críticas à imprensa brasileira e enaltecer os ataques ao
ex-presidente.
Não, Lula
não é santo. É perfeitamente passível de erros e que, se os
cometer, e se estes infligirem alguma lei, todas as medidas cabíveis
devem ser tomadas. Mas tudo dentro das regras do jogo do tão falado
Estado democrático de direito.
E à imprensa cabe o papel de noticiar, informar e não difamar. Ou mesmo protagonizar campanhas contra Lula ou contra quem quer que seja. Ela pode até ter opinião, mas não pode querer passá-la como fato.
Imprensa
aliás, já sabido por todos, que não gosta muito de democracia,
apesar de sempre proferir esta palavra em vão. Foi fiel apoiadora do
golpe militar de 64 e são mais do que conhecidos suas manipulações
em eleições no Brasil.
O ódio
ao ex-presidente Lula é na verdade a canalização do seu ódio ao
povo brasileiro. E não precisa sequer gostar dele para reconhecer no
ex-metalúrgico seu elo com milhões de pessoas que vivem em solo
tupiniquim.
“São
milhões de Lulas povoando este Brasil. Homens e mulheres noite e dia
a lutar”, entoou o jingle de campanha à reeleição de Lula em
2006. Não tinha como ser mais feliz o autor dessa letra. Sintetizou
bem a relação Lula/povo.
Quando a
direita, através da “grande imprensa” bate em Lula, ela bate no
povo. Ela bate no peão da fábrica que põe o macacão e sai de casa
às 5h da manhã para pegar no pesado; ela bate trabalhador rural que
sai ainda escuro para a roça capinar; bate no professor que sai de
casa cedo e só volta à noite depois de dar um sem-número de aulas;
bate no taxista, no estudante, no feirante, no artista, no camelô,
no policial, no agente de saúde e em tantos outros milhões de
brasileiros e brasileiras.
Porque é
isso que Lula é: a personificação do povo brasileiro. Isso sem
nenhuma invocação de divindade. Tanto ele, como a dona Maria que
acorda cedo para fazer renda no bairro do Pontal em Maceió/Alagoas,
personificam nosso povo. A diferença é que Lula se tornou
presidente.
E fez
bonito. Tirou milhões da miséria. Elevou milhões à classe média.
Devolveu a esperança de uma vida melhor para os que mais precisavam
do Estado brasileiro, sempre tão ausente para as pessoas que vivem
neste país.
Quando
tentam desqualificar Lula, desqualificam milhões de brasileiros.
Implicitamente, dizem “jamais ousem ser mais do que são”,
“jamais ousem participar da vida pública no Brasil”, “este é
um espaço para o que sempre nele estiveram”. Ou coisas do tipo.
Uma das
primeiras amostras do preconceito contra Lula foi o fato de ele tomar
cachaça ao invés de uísque. Entre os argumentos, a falta de
elegância ao beber e oferecer a chefes de Estado a bebida
genuinamente brasileira.
O menino
pobre que virou presidente jamais abriu mão de ser quem é. E isso
incomoda muitos às elites nacionais. Sempre querendo ser o que não
são. Isso desde os tempos do império português. Infelizmente uma
parte da classe média tradicional também pensa assim. Ela jura de
pé junto que é elite e que ainda não logra seu posto nela por
causa de eventualidades, e desde 2003, por causa de Lula.
Por isso
que nada parece atingir a popularidade do ex-presidente. Ele é a
cara do Brasil. Outro trecho do jingle eleitoral de 2006 mostra bem
isso. “Onde o presidente é povo. E o povo é presidente”.
A luta
para desconstruir Lula é a luta para desconstruir a História do
povo brasileiro. Aí o buraco é mais embaixo. Somos todos Lula!
3 comentários:
Elite ressentida e cega. Não vê que, no caso do Lula, quanto mais atacam mais alimentam o mito. Ainda bem.
Muito bom. Expressa o sentimento da nossa militância. Copiei e postei no meu Blog, com os créditos é claro.
Grande abraço
.. Está mais do que provado que esses ditos intelectuais não conhecem nada de povo, pois o que eles conhecem, mesmo, é o mundo da ficção e Lula é real. Ufa! (palavras do Ubaldo,)
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