O
Impresmídia, evento realizado no último dia 15 de dezembro no
auditório da antiga FECOM do CESMAC e organizado por estudantes de
pós-graduação em Comunicação Social, teve como tema as
“perspectivas do jornalismo impresso num mundo de mídias
digitais”.
Com
formato de mesa redonda, participaram da discussão representantes de
diversos veículos de comunicação em Alagoas. Além do presidente
da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Celso Schröder.
Em
auditório lotado, principalmente por estudantes, as discussões
sobre as mudanças no jornalismo em Alagoas e no Brasil ocorreram de
forma dinâmica, garantindo o debate de ideias e concepções sobre
as plataformas – diante do avanço da web e de fechamento de
impressos, como o caso de O Jornal – e dos conteúdos
apresentados atualmente.
Todas as
falas convergiram para a necessidade de fazer sempre o bom
jornalismo, apesar de no começo do debate, a plataforma tido mais
destaque. Foi então que Carlos Melo, do portal Cada Minuto,
interveio afirmando que “bom jornalismo independe de plataforma”.
Arrancou aplausos da plateia.
Ainda
segundo Melo, “não se pode querer doutrinar o leitor, como fazem
os jornalões (sic)”, referindo-se à Folha de São Paulo e ao
Estadão, anteriormente citados por Ênio Lins das Organizações
Arnon de Mello (OAM) como sendo, juntamente com Veja, as publicações
que pautam o jornalismo no Brasil. Para Lins, os meios de comunicação
têm como objetivo a disputa hegemônica e do poder político da
sociedade.
Outro
tema abordado foi a linha editorial. Se ela pode ou não fazer com
que um veículo de comunicação feche as portas. Sobre isso, Deraldo
Francisco, de O Jornal e Mais.al, afirmou não haver jornal ou site
independente. “Não adianta dizer que tem um site independente e
ter blogueiro ligado a senador”. Ele também defendeu a mudança do
formato standard para o tabloide.
“É
preciso maior valorização do jornalismo”, afirmou Celso Schörder,
presidente da FENAJ. Para ele, há uma confusão sobre a plataforma
onde atuam os jornalistas, concordando com Melo sobre o bom
jornalismo independer dela, mas demonstrou preocupação com
o excesso de blogs ocupando o lugar de jornalistas nos sites. “Está
se trocando informação por opinião”.
Para ele,
as pessoas podem e até devem expor suas opiniões, o que estaria
errado é tratar o jornalismo como algo que fosse apenas do
cotidiano, que não houvesse trabalho envolvido nisso, além da
formação exigida para se fazer jornalismo de qualidade.
Sobre a
questão do financiamento, todos foram unanimes em apontar os mesmos
problemas sobre a divisão das verbas publicitárias e a dificuldade
central do financiamento em web jornalismo ser não ter como mensurar
de onde vêm os acessos.
João
Kepler, especialista em marketing digital, afirmou que se os
impressos não se adaptarem ao convívio com a internet, cada vez
mais popularizada e gratuita, eles correm o risco de sumir. “É
importante fazer conteúdo com pessoas e não para pessoas”,
enfatizou.
Além
disso, Kepler ilustrou com uma série de slides os números dos
avanços e retrocessos da circulação de impressos e acessos à
internet no Brasil.
Também
compuseram a mesa de debate, Antônio Pereira do jornal Tribuna
Independente e do portal Tribuna Hoje, o publicitário e diretor de
marketing da OAM, Samir Sena e a editora do portal Tudo na Hora
(TNH1), Milena Andrade.
Sena
afirmou ser mais proveitoso em termos financeiros fazer jornalismo
para o público A e B do que para as demais camadas sociais.
Milena
defendeu o web jornalismo ao destacar que nesta plataforma a notícia
se constrói ao longo do dia com a apuração da informação e sua
publicação em tempo real. Destacando a convergência de mídias no
portal TNH1.
Pereira
defendeu maior espaço nos impressos alagoanos para conteúdos
locais. “Temos feito isso na Tribuna e tem dado certo. Nunca
tivemos nossos gráficos de assinantes em descenso”. O jornal
Tribuna Independente e o portal Tribuna Hoje funcionam em sistema de
cooperativa entre jornalistas e gráficos.
Como não
podia deixar de ser, o Impresmídia repercutiu nas redes sociais. O
estudante Jornalismo do CESMAC, Bruno Protasio, parabenizou a
organização do evento, via Twitter afirmou ter tido suas
expectativas superadas.
Para o
estudante de Jornalismo da UFAL, Luciano Amorim o Impresmídia foi
“um dos mais bem organizados fóruns de debate sobre a comunicação
em Alagoas”, declarou também pelo Twitter.
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