quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ano novo, ódio e preconceito velhos

A TV Globo exibiu o filme “Lula, o filho do Brasil” no dia dois de janeiro. Ela está exibindo filmes nacionais durante todo o mês. Chamou a atenção o fato da “poderosa”, oposicionista e franco atiradora contra o ex-presidente. E como tudo que envolve Lula, a exibição do filme sobre parte de sua vida gerou polêmica.

Longe de ser um filme excepcional, “Lula, o filho do Brasil”, mostra como o menino saído em um pau de arara de Pernambuco para São Paulo se tornou líder sindical. No filme não há menções à CUT nem ao PT. Os cinemas brasileiros boicotaram a película. A oposição acusou o filme de ser propagandista. Como se esse filme fosse o primeiro no planeta a ser feito sobre pessoas públicas.

Nas redes sociais não faltaram as já, e infelizmente, tradicionais manifestações de preconceito contra o ex-metalúrgico e o PT. Imaginem se o filme fosse realmente bom.

Esse será o ano de alimentar todos os preconceitos. Não temos eleições, portanto não temos horário eleitoral e nem as regras de proporcionalidade de tempo de exibição e direito de resposta particulares a períodos de campanhas eleitorais.


Também os ataques não serão apenas sobre Lula. Já começaram abater em Genoíno. Todos sabiam que ele assumiria o mandato de deputado federal, como determina a Constituição do país. Mas a hipocrisia dos adversários dos governos Lula e Dilma e do PT não dão a mínima para o estado democrático de direito.

A Ação Penal 470 ainda não está em transitado em julgado, tampouco o acórdão foi publicado por ainda haver possibilidade de recursos.

Toda essa ira seletiva não se aplica a outros parlamentares já condenados pelo STF e que cumprem seus mandatos plenamente, conforme as regras do Estado brasileiro.

Até o momento é isto que resta à oposição no Brasil: ira seletiva, moralismo meia boca e sempre a “grande mídia” ecoando ilações como fatos consumados.

Sobre o desvio de R$ 33 milhões do Incra no governo FHC no qual a esposa do Ricardo Noblat de O Globo está envolvida não há uma única nota de rodapé em lugar algum nos veículos dos barões da mídia. A acusação sobre Aécio Neves de desviar bilhões de reais em Minas, muito menos. Notícias sobre o apartamento luxuoso de FHC em Paris, é como se diz em Alagoas, pé de cobra: quem vê, morre.

Humoristas (?) como Marcelo Tas e Danilo Gentili destilam ódio ao PT e a esquerda a todo momento no Twitter. Chegam a bater boca com usuários da rede social. Róger, vocalista da banda Ultraje a Rigor, não fica atrás. Num país onde o Big Brother Brasil chega a sua 13ª edição, o que esperar de expoente da mídia?

Obviamente que há exceções. E não necessariamente apoiadores dos governos Lula e Dilma. Mas são “artistas” como esses que aumentam a densidade e velocidade da proliferação dos preconceitos e da hipocrisia voltadas a Lula, ao PT e à esquerda em geral.

Não a toa existem pessoas jurando que na ditadura (civil) militar não havia corrupção.

Os saudosos da nobreza imperial não suportam o fato de que o torneiro mecânico é o maior presidente que o Brasil já teve. E sem falar inglês, nem baixar a cabeça para presidente de nenhum outro país.

Os primeiros dias do ano são uma boa amostra de como serão os outros 360. De luta intensa e muito golpe baixo.

Um comentário:

Blogger do Rô disse...

Comentar o que? É nota dez pro amigo e ponto final. Sou muito novo e pouco experiente para fazer avaliações mas para mim seu texto claro e enxuto, diria até didático, conseguiu uma imagem panorâmica bastante nítida do que se passa nesse momento de desespero e ódio na "casa grande" e a probabilidade de um ano novo perigoso. Parabéns!