É
lugar comum afirmar que a “grande imprensa” não gosta do Brasil, do seu povo e
sua cultura. Se gostasse, não teria tido (e tem!) o papel de porta-voz da
desgraça que ajudou a elite nacional a acentuar nossas desigualdades econômicas,
sociais e políticas. O melhor exemplo disso foi seu papel durante a ditadura
(civil) militar.
Também
é lugar comum afirmar que ela, a “grande imprensa”, adora tudo que vem dos
Estados Unidos. Isso é um fetiche de nossa elite. Durante um bom tempo adorava
tudo que vinha da Inglaterra e agora tudo que vem dos EUA. Não que a Inglaterra
agora seja desprezível, nada disso. É que quem dá as cartas agora é o Tio Sam.
Se
os EUA batem são elogiados, se alisam também. Tanto faz o que fazem, não importa.
O que vem de lá está sempre certo e todos os súditos devem brindar o império.
Nunca
saímos do século XIX.
Para
se ter uma ideia da subalternice, nosso “rei da música”, Roberto Carlos surgiu
para o Brasil cantando músicas semelhantes às que eram cantadas por lá em
detrimento de movimentos como o tropicalismo. Aqui não se faz nenhum juízo da
capacidade artística de ninguém. Mas que Roberto Carlos só se tornou Roberto
Carlos por ser uma versão das músicas estadunidenses e jogar papel a favor do
regime (civil) militar.
A
cobertura dada à cerimônia de posse do segundo mandato de Barack Obama foi algo
no mínimo deplorável. É mais que desconfortante ver toda a nossa “grande mídia”
bajulando o “Senhor da Guerra”.
Sim,
todos os presidentes dos EUA da Segunda Guerra pra cá são “Senhores da Guerra”.
Como construir guerras, tomar o controle e as riquezas naturais de países mundo
afora é o centro dos governos estadunidenses.
Agora
em seu segundo mandato, Barack Obama, defende igualde civil para os
homossexuais, cotas e programas de transferência de renda. As manchetes da “grande
imprensa” são de louvor às medidas prometidas por ele. No Brasil, essas pautas
são tratadas como antidemocráticas. “Um absurdo a serviço de uma ditadura
sindicalista ou petista”.
Foi
inclusive sob esse argumento fajuto que se deu o golpe de 64 em João Goulart.
Nossa
elite não tem sequer ego. Quando Barack Obama elogia o Brasil, ao invés de ser
discordado, o elogio é ocultado. Ocultação é uma das formas de manipulação da “grande
imprensa”.
Não
à toa os chiliques quando Dilma fez com ele algo parecido o que Bill Clinton fez
com Fernando Henrique Cardoso (FHC). Dilma foi lá à “casa” dele e disse o que
ele tinha que fazer diante da crise. Obviamente que Dilma foi educada ao
contrário de Clinton com FH.
Ao
contrário também foi a reação da nossa “defensora” da democracia. Quando Clinton
fez o que fez o tom era de “eles sabem mais que nós o que fazer” – ou algo
parecido. Quando foi Dilma que disse a Obama o que fazer, o tom foi “que despautério!”.
Para
desespero da “grande mídia” nosso país passa razoavelmente bem por esse período
conturbado da economia global. Na época da FHC qualquer assalto a banco nos EUA
era motivo de medida de austeridade. Como na Europa agora.
Voltando
ao ego da nossa elite, Obama disse que Lula era “o cara” e ela apenas baixou a
cabeça desgostosamente, como um capacho ao ser desmoralizado em público. O máximo
que fez foi torcer pelo republicano Mitt Romney na última disputa em 2012.
O
pior que a “grande imprensa” não entende porque perdem eleições e suas vendas
diminuem a olhos vistos.
2 comentários:
A “grande imprensa” perde eleições simplesmente porque apóia os seus partidos.
Para se conhecer bem um partido político é só observar se o partido tem o apoio da imprensa. Se tiver, normalmente o partido não deve ser coisa boa.
Defender cotas no USA mas aqui atacam o programa, os cotistas e dizem que não há racismo?
Mas que cambada, hein... se rebaixam tanto que ficou chic mostrar os fundilhos pro Povo.
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Helder
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