Direita
e esquerda, oposição e situação, comunistas/socialistas e liberais, estas são algumas
faces da luta política, da coloração ideológica ou pragmática. Sob o
guarda-chuva capital versus trabalho,
porque é esse o confronto que faz girar a sociedade. É a contradição que move o
mundo. Das mais simples às mais complexas.
Na
ditadura músico eram censurados e tivemos nesse período um dos momentos mais
ricos nessa área no país. A luta pela liberdade de expressão gerou as condições
para isso. Anos de dominação econômica e militar da América Latina pelos
imperialistas, antes europeus e depois os Estados Unidos, criou as condições que
se têm hoje da construção de nossa autodeterminação.
Esse
processo dialético é complexo e extenso. O que as pessoas mais identificam
hoje, por diversos fatores – o principal sendo a despolitização da sociedade
por parte dos meios de comunicação de massa – é situação e oposição.
Ainda
existem – e como existe – direita e esquerda, comunistas / socialistas e liberais.
A negação desses campos ideológicos serve apenas à despolitização. Uma sociedade
despolitizada não tem capacidade de acompanhar e cobrar as decisões políticas
tomadas ao longo da vida.
Após
as eleições de 2012, é fácil observar vereadores eleitos por partidos
oposicionistas aos que venceram a disputa do executivo municipal negar sua
condição política. As falas permeiam pérolas como “o que for bom para a cidade
eu apoio” ou “serei uma oposição responsável”.
Oposição
é oposição e ponto final. Irresponsável é negar a política. Ser oposição não é
a mesma coisa que jogar sujo ou se for como a oposição ao governo federal,
repetir invencionices até que estas se tornem verdade.
Se
A ou B foi eleito para representar um determinado projeto político e
administrativo e na eleição executiva foi derrotado, é estelionato eleitoral
mudar de lado assim, sem nem esquentar a cadeira da vereança.
Maceió,
capital de Alagoas, é um belo exemplo disso. O líder do governo foi reconduzido
ao parlamento municipal apoiando o adversário do prefeito eleito. Nem começou a
legislatura e já mudou de lado.
Nem
o argumento de uma boa administração deu tempo para formular e usar. E é sempre bom lembrar que mudanças de posição são válidas quando são realmente sinceras, mas não é o caso que se vê agora. Não deu nem tempo para isso.
Esse
sintoma não faz distinção partidária. É uma doença causada pela estrutura político-eleitoral
que temos. Personalista e privado.
Alguns
fazem esse discurso de boa vontade. Realmente nem entendem direito o que estão
fazendo com mandatos a cumprir. Saíram candidatos por um fetiche de poder e
agora não sabem para onde ir.
Mas
boa parte o faz por oportunismo. Como foi dito antes, Maceió é um belo exemplo.
Sem
uma reforma política para mudar a relação entre os poderes e destes com a população,
inclusive seus critérios de escolha, estaremos sujeitos aos surtos de “responsabilidade”
de alguns agentes públicos.
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