Em
uma decisão, que ainda cabe recurso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
alterou o número dos representantes dos estados na Câmara Federal. Por consequência
também o números das Assembleias Legislativas, uma vez que há atrelamento à
quantidade de parlamentares. Para cada deputado federal, são três estaduais até
os números de 12 federais e 36 estaduais, a partir daí, soma-se um deputado
estadual para cada federal.
Alagoas
sairia de nove deputados federais para oito. O Ceará ganharia mais dois. Espírito
Santo perderia um e Santa Catarina teria mais um. Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro
e Rio Grande do Sul perderiam um parlamentar cada. Piauí e Paraíba teriam dois
a menos. Minas Gerais teria mais dois e, o Pará mais quatro deputados federais.
A
mudança ocorreu em resposta de uma ação movida pelo Estado do Amazonas que
alegava que no último Censo em 2010 passou a ter população maior que estados
como Alagoas e Piauí e possuía uma quantidade menor de representantes na Câmara
dos Deputados.
O
tamanho de nossa população vem crescendo constantemente. Não com a mesma
quantidade entre os estados brasileiros, mas todos tem aumentado sua população.
E nunca foi feita uma correção assim. Está expressa em nossa Constituição que o
tamanho da representação no parlamento será de acordo com o tamanho da população.
Às Câmaras municipais existe uma legislação específica.
Então
por que não rever o número de parlamentares na Câmara Federal? Esse tipo de
debate sempre encontra resistência na mídia. É um prato cheio para fomentar a
criminalização da política. Porém isso é uma conta simples: se a população
aumenta, aumenta o número de parlamentares. Simples assim. Garantindo a
diversidade política que existe no povo brasileiro.
Fala-se
sempre que há custos elevados e que a corrupção toma conta e que isso só
serviria para aumentar a ambos. Sobre os custos é preciso deixar de ilusão:
democracia tem custo. E o que for para fortalecê-la vale a pena.
Sobre
a corrupção não existe lei que a impeça. Corrupção é transgressão de lei. Mas se
pode criar mecanismo para dificultar a vida de quem gosta de dar os “seus
jeitinhos”. Em primeiro lugar começar a criminalizar os corruptores. Coisa que
no Brasil não se faz. Quantos empresários, em especial banqueiros, estão
presos? Outra é a questão dos repasses ao Poder Legislativo. Aumenta-se o
número de representações, mas não seu orçamento.
É
claro que essa é uma engenharia complicada, mas é preciso fazê-la. Quanto mais
distante ficar a proporção povo / parlamentares, mas elitista fica o exercício político
institucional. Se fica elitista, o povo não participa, muito menos fiscaliza. Vira
tudo uma panelinha entre capital privado, imprensa e detentores de mandato.
A
questão é: quem vai comprar esse debate com toda a mídia batendo em cima e
afirmando, direta ou indiretamente, que a democracia não passa pela política e
sim por empresas privadas e por ela mesma?
Um comentário:
Quanto menor o número mais fácil comprar, essa é a lógica dos lobistas do PiG e das grandes empresas. Na verdade a Democracia é um grande impecilho, não é a toa que sempre falam em corrupção, mas não em quem a financia e muito menos da onde vem o dinheiro (paraísos fiscais, interesses estrangeiros).
A última grande crise econômica surgiu no seio do grande capital, tendo como principais atores os grandes bancos privados!!!
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Helder
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