quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quem disse que em Alagoas o povo não faz luta?




Cerca de quatro mil pessoas saíram em marcha da Praça Sinimbu em direção à sede do governo do estado cobrando mais saúde, educação e segurança, no campo e na cidade. Esse foi o primeiro ato da Jornada de Lutas em Defesa do Estado de Alagoas. O próximo será no dia 26/04 e a Jornada termina no já tradicional 1º de maio, Dia do Trabalhador.

A Jornada é construída por centrais sindicais, movimentos de luta pela reforma agrária, estudantes, associações culturais e partidos políticos. Em ambiente tranquilo, esse primeiro ato também foi em solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal). O atual secretário de educação, o advogado Adriano Soares, é o porta-voz da tentativa da criminalização dos movimentos sociais adotada pelo governo de Teotônio Vilela Filho (PSDB).

Enquanto ainda existe em Alagoas escola que nem sequer iniciaram o ano letivo de 2012, Soares passa boa parte do seu tempo criminalizando o Sinteal em seus perfis nas redes sociais.


Alagoas tem os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Sem contar com os números da violência. Alagoas parece vivenciar uma guerra. Se é que já não está. A taxa de homicídios por cem mil habitantes é de 55,3. E se contarmos as pessoas que morrem nos hospitais públicos, sabe-se lá onde pode chegar essa conta.

Não fossem as políticas sociais e os investimentos em infraestrutura do governo federal Alagoas fatalmente já seria um estacionamento ou um grande armazém de açúcar. Não que não seja assim que os usineiros, setor econômico que dita as regras das relações políticas, sociais e, claro, econômicas, pensem.

O trato com a sociedade civil organizada é o da cooptação. Existe uma série de denúncias de que o aparelho do Estado em Alagoas está, literalmente, comprando o apoio de um sem números de lideranças comunitárias por todo o território alagoano. O deputado estadual Judson Cabral (PT) cobrou a informação sobre o destino de R$ 50 milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep). Não se sabe onde esse valor foi parar e tampouco até agora o governo do estado disse alguma coisa a respeito.

Enquanto Alagoas for dirigida pelo “doce” prazer dos senhores de engenho nunca sairá do século XVIII. O ato de hoje tem o dever de ser o primeiro de muitos. Ou se muda a lógica de poder na terra de Graciliano ou nunca deixará de ser o primo pobre do país. Enquanto o Brasil avança econômica e socialmente, Alagoas parou e começa a andar para trás.

Esse ato também serve para calar a boca de muita gente que pensa e espalha por aí que em Alagoas o povo não se organiza e luta. O Quilombo dos Palmares não foi um hiato em nossa História. Esse foi o primeiro ato da Jornada. E como bem disse Cícero Lourenço durante sua fala em frente ao palácio do governo, não será o último. “Vamos mostrar para todo o Brasil como o governador Teotônio Vilela Filho trata o povo e os movimentos sociais em Alagoas”.




Um comentário:

Rita Candeu disse...

verás que o filho teu não foge à luta