Cerca de
quatro mil pessoas saíram em marcha da Praça Sinimbu em direção à
sede do governo do estado cobrando mais saúde, educação e
segurança, no campo e na cidade. Esse foi o primeiro ato da Jornada
de Lutas em Defesa do Estado de Alagoas. O próximo será no dia
26/04 e a Jornada termina no já tradicional 1º de maio, Dia do
Trabalhador.
A Jornada
é construída por centrais sindicais, movimentos de luta pela
reforma agrária, estudantes, associações culturais e partidos
políticos. Em ambiente tranquilo, esse primeiro ato também foi em
solidariedade ao Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas
(Sinteal). O atual secretário de educação, o advogado Adriano
Soares, é o porta-voz da tentativa da criminalização dos
movimentos sociais adotada pelo governo de Teotônio Vilela Filho
(PSDB).
Enquanto
ainda existe em Alagoas escola que nem sequer iniciaram o ano letivo
de 2012, Soares passa boa parte do seu tempo criminalizando o Sinteal
em seus perfis nas redes sociais.
Alagoas
tem os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Sem
contar com os números da violência. Alagoas parece vivenciar uma
guerra. Se é que já não está. A taxa de homicídios por cem mil
habitantes é de 55,3. E se contarmos as pessoas que morrem nos
hospitais públicos, sabe-se lá onde pode chegar essa conta.
Não
fossem as políticas sociais e os investimentos em infraestrutura do
governo federal Alagoas fatalmente já seria um estacionamento ou um
grande armazém de açúcar. Não que não seja assim que os
usineiros, setor econômico que dita as regras das relações
políticas, sociais e, claro, econômicas, pensem.
O trato
com a sociedade civil organizada é o da cooptação. Existe uma
série de denúncias de que o aparelho do Estado em Alagoas está,
literalmente, comprando o apoio de um sem números de lideranças
comunitárias por todo o território alagoano. O deputado estadual
Judson Cabral (PT) cobrou a informação sobre o destino de R$ 50
milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza
(Fecoep). Não se sabe onde esse valor foi parar e tampouco até
agora o governo do estado disse alguma coisa a respeito.
Enquanto
Alagoas for dirigida pelo “doce” prazer dos senhores de engenho
nunca sairá do século XVIII. O ato de hoje tem o dever de ser o
primeiro de muitos. Ou se muda a lógica de poder na terra de
Graciliano ou nunca deixará de ser o primo pobre do país. Enquanto
o Brasil avança econômica e socialmente, Alagoas parou e começa a
andar para trás.
Esse ato
também serve para calar a boca de muita gente que pensa e espalha
por aí que em Alagoas o povo não se organiza e luta. O Quilombo dos
Palmares não foi um hiato em nossa História. Esse foi o primeiro
ato da Jornada. E como bem disse Cícero Lourenço durante sua fala
em frente ao palácio do governo, não será o último. “Vamos
mostrar para todo o Brasil como o governador Teotônio Vilela Filho
trata o povo e os movimentos sociais em Alagoas”.
Um comentário:
verás que o filho teu não foge à luta
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