O
Ibope ouviu por telefone, a pedido do Conselho Federal da OAB, a opinião de 1500
pessoas sobre a reforma política. 85% delas se disseram favoráveis a uma
reforma política, s e contar apenas as pessoas com nível superior, esse índice
sobre para 92% e entre renda de dois a cinco salários mínimos o percentual é de
90%.
A
pesquisa também detectou que 92% apoiam um projeto de iniciativa popular e 84%
querem que ela já valha para 2014. Sobre o financiamento público de campanhas,
74% apoiam a mudança na regra, enquanto 17% a rejeitam. Mais da metade dos
entrevistados, 56%, apoiam a votação em lista fechada enquanto 38% preferem o
modelo atual.
Tudo
o que sempre foi defendido pelos partidos e organizações de esquerda. Fim da
interferência do capital privado nas eleições que transformam parlamentares em
office-boys de seus interesses; fortalecimento dos partidos, mas em uma
atmosfera que priorize o debate programático. Além do quê, voto em lista
partidária, facilita a fiscalização das contas eleitorais. Não teria mais
contas de candidatos – milhares, centenas de milhares em eleições municipais –
e sim apenas as contas dos partidos.
Há
no Congresso a ideia de que pessoas físicas continuem a fazer doações para
campanhas eleitorais, mas com um limite de R$ 700,00, não importando se é um
peão de fábrica ou um banqueiro. Se isso passar, menos mal.
Sem
falar das campanhas mais modestas, com menos parafernálias e pirotecnia,
colocando o programa e a concepção de sociedade no centro do debate para o
parlamento, essa a principal conquista.
A
pesquisa do Ibope tratou apenas dos temas mais gerais, mas outras devem ser discutidas,
como a questão das coligações, modelo de votação e o Senado. Você consegue
entender por que existe Senado? Um espaço que revisa a Câmara dos Deputados. Alguns gostam de dizer que é “a casa da
Federação” e a Câmara da do Povo. Ou seja, O Estado brasileiro revisa o povo. É
sério isso mesmo? O parlamento não era para ser a representação do povo, com
toda a sua diversidade regional e ideológica?
Mas
tem muita gente que tem medo dele, o povo. Quer empurrar remendo de remendo na goela.
Aí o que já não está bom, pode ficar pior.
Um
bom exemplo de como as coisas pode piorar é se aprovarem o voto distrital. Misto
ou puro. Nele as regiões brasileiras ou os estados ou municípios – isso depende
do que se entenderá por distrito – elegem seus representantes. É a oficialização
do coronelismo. Imaginem aquele “dono” de uma região de sua cidade, que “segura”
o povo na unha na hora das eleições, sendo, ao invés de cabo eleitoral,
deputado federal.
Ou
mesmo o brucutu que sempre se elege vereador por ter “na mão” uma comunidade qualquer.
Ou um “coronel” que domina três ou quatro municípios, que não tem um grande
número de eleitores, sendo eleito e reeleito para a Câmara Federal.
É
disso que se trata o voto distrital. Além do quê há todo o ambiente favorável
para que se discuta no Congresso temas relativos aos dos vereadores. Afinal, quem
estria lá teria sido eleito por uma microrregião. Se for misto, aí a confusão
dá nas canelas. Você vota no “cara do seu bairro” e em um geral, que represente
seu estado. Pense na confusão.
As
coligações merecem um debate aprofundado. São elas que geram boa parte das
distorções que se veem em épocas eleitorais, os chamados jacarés com cobra d’água.
Por conta dos altos custos de campanha e da necessidade de tempo de tevê, as
coligações perderam o caráter programático. Antes se coligava apenas por causa
de um projeto político, hoje o tempo na telinha e a capacidade de arrecadação
contam, tanto quanto ou mais, do que o programa.
O
que tem de partido que não defende nada, mas por causa dos seus preciosos
minutos nas rádios e televisões são cortejados não está no gibi e esses não se
fazem de rogados, tendem a se juntar com quem consegue mais recursos para a
disputa eleitoral.
Penso
que as coligações deveriam acabar, mas que os partidos poderiam formar
federações nas casas legislativas, desde que atuem como tal durante toda a
legislatura.
Quanto
mais simples melhor. Vota no partido e pronto. Assim se vota no que eles
representam ou se propõem a representar. Sua história e no perfil de seus
membros.
Porém
o mais importante é que o povo quer a reforma política. Que quer ser ouvido por
que prefere um projeto de lei de iniciativa popular. Se todo mundo diz que tem
que ouvir a “voz das ruas”, então está na hora de fazê-lo no que é mais
central. E para o desespero dos agourentos de plantão, Dilma estava certa.
3 comentários:
Cadu,
Parabéns!!!
É exatamente isso!
Precisamos compreender totalmente o significado desses movimentos de massa e dessas denuncias. Como isso irá afetar o desempenhos desses políticos nas eleições de 2014. O estudo das eleições passadas pode nos dar algumas pistas sobre o perfil do candidato e de seus eleitores e como ele se encaixa nesse novo cenário. Que mudanças o candidato tem que fazer na sua postura e programas para atender a este novo eleitor.
o povo é claro que quer
quem não quer são os políticos
e é fácil entender porque
Postar um comentário