E
Marina Silva optou por se filiar ao PSB, um partido, dito por ela, tradicional
que não tem diferenças do PT ou do PSDB. Resolveu jogar o jogo com a regra que
está posta. Pelo gesto em si, não há o que condenar.
O
problema é a nossa legislação política-eleitoral. Todos os partidos, em maior
ou menor grau, realizaram movimentações como essa para garantir filiações de
prováveis candidatos ano que vem.
Mesmo
não dando para se condenar o ato de filiar-se ao PSB em si, dá – e muito – para
criticar a postura de Marina durante a tentativa de criação de sua Rede
Sustentabilidade, afirmado por ela como fruto da não existência de espaços onde
a política era tratada com seriedade, ética, compromisso e outras tantas coisas
que ela usava para tentar fundamentar sua criação. Todas muito vagas, diga-se
de passagem.
Vida real
Ao
se filiar ao PSB, Marina aceitou o jogo político que garantia negar. Ela entrou
em uma agremiação partidária que optou por um pragmatismo pior que o do PT. Pior
por que o PT ao menos tem a desculpa (e não é qualquer desculpa) de ser o
principal partido do governo federal e, com a lógica institucional vigente, as
coalizões são mais do que necessárias.
O
PSB não vive essa realidade, ele poderia ser mais programático do que
pragmático. Ou será que as ideias construídas por Miguel Arraes, foram jogadas
na lata do lixo por seu neto, Eduardo Campos, presidente nacional da legenda.
Marina
agora está no mesmo partido dos Bornhausen. O filho do Jorge, fiel membro da
ditadura civil-militar de 1964, Paulo será candidato em Santa Catarina pelo
PSB. Heráclito Fortes, ex-DEM do Piauí também virou um socialista de Campos e
agora é seu companheiro. Ronaldo Caiado, líder do DEM na Câmara dos Deputados e
da bancada ruralista, defende que seu partido apoie o PSB em 2014. Como é cruel
a vida real.
Marina
desde que saiu do PT pregou uma nova forma de fazer política, mas abriu mão de
juntar-se ao querem uma reforma que fortaleça o debate programático. Foi derrotada
pelo pragmatismo.
Sua
união com Eduardo Campos no PSB por si só não quer dizer nada em termos de
votos nas próximas eleições. Apenas que poderemos ter, em caso de uma chapa “puro
sangue” do PSB, uma candidatura um pouco mais forte e que pode tirar de Aécio
(ou o Serra) o centro da oposição no Brasil. Sobre isso o momento é de esperar
para ver.
Reforma política
Infelizmente
ao invés de toda essa movimentação dos partidos para abrigarem personalidades
em suas fileiras com vistas às eleições em 2014 fomentar ainda mais o debate
sobre a reforma política, alimenta apenas a banca de apostas sobre quantos
votos cada nome terá ao final do dia cinco de outubro do ano que vem.
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