O
leilão do campo de Libra da camada de petróleo pré-sal na costa brasileira
gerou bastante confusão. E ainda gera. A desinformação domina os debates sobre
o tema, à esquerda e à direita.
O
regime de partilha, aprovado em 2010, garante ao Estado brasileiro a
propriedade do óleo extraído da camada pré-sal. Ao contrário do regime de
concessão onde o óleo pertence ao concessionário.
O
contratante no regime de partilha arca com todos os custos e risco da
exploração do petróleo e do seu resultado, ele fica apenas com uma parte e a
Petrobrás não pode ter participação inferior a 30%.
Ou
seja, as empresas privadas que queiram explorar petróleo no Brasil o farão por
conta e risco. Caso o material extraído não seja comercializável, o Estado não
terá ônus algum para com o capital privado.
No
regime de partilha, o Estado nunca perde.
Sobre
a situação do campo de Libra, um consórcio composto pela holandesa Shell, a
francesa Total, as chinesas CNOOC e CNC e a Petrobrás foi montado e arrematou o
leilão e em 35 anos pagarão ao país a soma de até um trilhão de reais. Desse
valor, 75% são para a educação e 25% para a saúde. 15 bilhões em bônus já foram
pagos ao Estado brasileiro.
85%
de toda a renda do campo de Libra é nacional. E como afirmou Dilma em seu
pronunciamento: E isso é muito diferente de privatização.
Cabe
ressaltar que haverá troca de tecnologia, o que pode ajudar a modernizar –
ainda mais – a capacidade da Petrobrás em explorar petróleo.
Mas
não dá para escamotear que o Estado brasileiro não era obrigado a realizar
leilão com empresas privadas. Daí surge as polêmicas verdadeiras. As provocadas
pelos privatistas que defendem o regime anterior ao de partilha e que essa
operação só seria benéfica com a presença das empresas estadunidenses é, para
usar uma expressão do Serra, trololó.
A
opção adotada pelo governo de abrir a exploração de Libra para empresas
privadas não é de minha preferência. Por mim, apenas a Petrobrás atuaria nos
campos da camada pré-sal.
Outro
fato que chamou a atenção foi a presença do exército em frente ao hotel Windsor
Barra, local onde ocorreu o leilão, à pedido do governador do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral. Algo que foi, por mais que as recentes manifestações tenham tido
um caráter mais agressivo, desnecessário. Claro que diante da toda a polêmica
em torno de esse leilão se esperava a presença de segurança, mas usar o exército
foi demais.
Tenho
a sensação de que esse debate não se encerra e todo aquele que vier no sentido
de fortalecer nossa soberania sempre será salutar.
3 comentários:
Mais um esclarecedor texto, Cadu, parabéns! O único ponto que me levanta dúvidas é o trecho do 8º parágrafo, quanto à transferência de tecnologia, em que você diz: "Cabe ressaltar que haverá troca de tecnologia, o que pode ajudar a modernizar – ainda mais – a capacidade da Petrobrás em explorar petróleo." Acredito que nesse terreno a Petrobrás tenha mais a ceder que receber, já que domina a técnica de exploração em águas profundas. Mas, independente de quem seja dominante na técnica, todos ganham e aprendem algo no processo. Há, sim, benefícios mútuos na troca de experiências. Abração, alagoano! Venha à Aracaju!
Será mesmo que a presença do exército foi demais?
e a 4° Frota mandou lembranças rsrsrsrs
Um dos críticos “especialistas” da Rede Goebbels era o ex-genro de Fernando Henrique Cardoso, David Zilberstein, aquele da Petrobrax, também conhecido como “o petróleo é vosso”....Excelente artigo.Ponto pra Dilma e quero estar viva nos proximos 30 anos para usufruir de tudo isso...
forte abraço..
Postar um comentário