Foto: G1 |
Começou
a valer nos últimos dias a “faixa azul” na Avenida Fernandes Lima, principal
via de acesso da parte alta da cidade em direção ao Centro e vice-versa. Trata-se de um
corredor para os ônibus transitarem com exclusividade.
Isso
dá mais velocidade na locomoção para a maioria das pessoas. Sim, pois a maioria
usa o ônibus para se locomover e não carros particulares.
E
como os mais abastados tendem a reprovar qualquer coisa que beneficie quem mais
precisa, reprovaram também a “faixa azul”. Os argumentos de reprovação vão
desde o “caos no trânsito” a “fábrica de multas”.
Quanto
às multas, elas devem existir mesmo. Até porque, e infelizmente, as pessoas só
passarão a respeitar a faixa exclusiva para os ônibus se esse instrumento for
usado.
Quanto
ao “caos no trânsito”, ora, certamente que a exclusividade para o transporte
coletivo não resolverá o problema. Ninguém em sã consciência tem essa
expectativa. O problema é a falta de vias alternativas na cidade de Maceió. Coisa
que não se resolve num estalar de dedos.
Aos
que reclamam da “perda” de uma faixa na Av. Fernandes Lima para poder passar
com seu automóvel, se forem para o Centro e depois voltar para a casa, usem o ônibus.
Está bem mais rápido e vocês não vão gastar nada com estacionamento.
Outra
fala sobre o “porquê de eu não usar ônibus” aos que estão reclamando da “faixa
azul” é a qualidade dos carros e também o preço. É bem verdade que existem
muitos ônibus em más condições e sobre o preço, se paga muito caro em Maceió
para usar o transporte público.
Maceió
não possui rotas muito extensas. Nem poderíamos. A maioria de nosso território
é rural. Cana mesmo. Mas ninguém, ou quase ninguém, reclamou da proposta de
termos preços diferenciados na tarifa do transporte de acordo com a distância. Quem
mora mais longe do Centro da cidade vai pagar mais caro.
Só
que quem mora mais longe do Centro, em maioria, tem poder aquisitivo menor. Em miúdos:
os mais pobres vão pagar mais caro pelo transporte. Mas sobre isso os novos
especialistas em transporte público e opositores da “faixa azul” não dizem
nada. Só esbravejam “fábrica de multas!”.
Na
verdade, é preciso implantar as vias exclusivas em mais pontos da cidade. O que
é bem difícil, por que Maceió foi construída com a mesma concepção de vira-lata
da elite local. As ruas da cidade são estreitas. Às vezes se tem a sensação de
que a ideia é que Maceió foi pensada – se é que foi – para ser eternamente uma
vila.
Que
a “faixa azul” se consolide. Que as pessoas passem a respeitar e entender que a
prioridade para a locomoção das pessoas é o transporte de massa e não o
particular.
Penso
que se existem pessoas insuspeitas para fazer elogios ao prefeito Rui Palmeira
e à sua gestão, uma delas é esse escriba.
Durante
a campanha de 2012, como militante que sou, fiz campanha para outro candidato e
apontei meus argumentos do por que Rui não deveria ser eleito. O fiz de forma
dura e direta, como devem ser os embates políticos. Também não estou mudando de
oposição para situação em relação ao seu governo em Maceió. Apenas reconhecendo
que a iniciativa da via exclusiva para ônibus é positiva.
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