Cerco a Bolsonaro e a terroristas se fecha a cada dia

Cerco a Bolsonaro se fecha a cada dia (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Sem pressa, mas com rapidez, o cerco a Jair Bolsonaro se fecha mais a cada dia. Nesta sexta-feira, 20 de janeiro, a Polícia Federal (PF) deflagrou a primeira fase da operação “Lesa-pátria”. Os policiais cumprem oito mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, com o objetivo de identificar participantes, financiadores e fomentadores dos atos terroristas de 8 de janeiro.

Esta já é a segunda operação da PF. A primeira foi em 16 de janeiro na cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Um bombeiro militar foi preso. Além disso, procuradores da República já entendem haver indícios para denunciar Jair Bolsonaro por participação nos atos terroristas.

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Benedito Gonçalves confirmou na quinta-feira (19) Jair Bolsonaro é investigado por realização de atos de campanha nas dependências dos palácios do Planalto e do Alvorada de forma irregular, o que pode torná-lo inelegível. Bolsonaro já acumula 16 ações semelhantes.

Os presos até agora pelos atos terroristas de 8 de janeiro já começam, aos poucos, a cantar a reza da construção da tentativa de golpe de Estado. Os “pequenos” já falam da ajuda de militares. O ex-comandante da PM do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, na base do choro, em depoimento afirmou que o Exército impediu a prisão de golpistas acampados em frente ao quartel de Brasília.

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do DF, no cargo na data dos ataques à Praça dos Três Poderes, ficou em silêncio durante seu primeiro depoimento, mas marcou já para o dia 23, segunda-feira, o segundo. E nesse, ele começará a falar. Anderson Torres cantará como um passarinho, na medida em que receba garantias de segurança para si e familiares. É do jogo.

Pessoas ligadas a Anderson Torres – e também a Bolsonaro, segundo as notícias – disseram que Braga Netto, general da reserva do Exército e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, liderou, após a derrota eleitoral, reuniões em Brasília nas quais foram discutidas alternativas para reverter o resultado eleitoral.

Qual a chance de a tal minuta do golpe, encontrada na casa de Anderson Torres pela PF, ser fruto disso?  As investigações revelarão, mas, para mim, parece óbvio.

Nesse meio não há fidelidade e na medida em que um deles percebe que perdeu, começa a entregar os demais para não “cair sozinho”.

No dia 18, Alan Diego dos Santos, um dos terroristas que puseram uma bomba num caminhão-tanque, na véspera de Natal, nas proximidades do Aeroporto de Brasília se entregou à Polícia Civil do DF. No dia seguinte, já começou a cantarolar. Ele admitiu aos investigadores ter atuado como comparsa do empresário George Washignton de Oliveira Sousa, já preso pelo ocorrido, e que recebeu a bomba no acampamento do QG do Exército, em Brasília. 

E eu afirmei que mais pessoas seriam presas por aquilo (VEJA AQUI).

No tempo certo, os responsáveis pelo golpismo fascista e terrorista no Brasil pagarão por seus crimes.  Mesmo aqueles que participaram do ataque terrorista de 8 de janeiro e conseguiram escapar de volta aos seus estados. Em algum tempo, a polícia estará nas portas dessas pessoas, principalmente o que fizeram questão de “blogueirar” naquele momento, crentes que estavam abafando nas redes sociais.

E por mais que Bolsonaro seja um espantalho do partido militar, que são os oficiais que decidiram usar as Forças Armadas como instrumento político, o desenrolar disso levará o capitão fujão a pagar por seus crimes. Bolsonaro segue nos Estados Unidos e de lá, deve fugir para outro país (MAIS AQUI).

Militares também pagarão por eles, em alguma medida e daqui algum tempo. Estes, é verdade, terão mais tempo e alguns – a meu desgosto – devem passar incólumes, mas com ciência de que não podem mais “brincar” de golpe. A ver.

O cerco a Bolsonaro e, a partir dele, aos demais, se fecha a cada dia. O Estado se defende e revida. Seja ele qual for, não importa. Tique-taque.

______________________________________________________________

Ainda nesta sexta-feira, 20, horas depois de eu escrever esse texto, o presidente Lula (PT) se reunirá com os comandantes das Forças Armadas. O saldo desse encontro, eu comento quando souber. Ou aqui ou no Youtube.