domingo, 16 de dezembro de 2012

Jornalismo na era digital

O Impresmídia, evento realizado no último dia 15 de dezembro no auditório da antiga FECOM do CESMAC e organizado por estudantes de pós-graduação em Comunicação Social, teve como tema as “perspectivas do jornalismo impresso num mundo de mídias digitais”.

Com formato de mesa redonda, participaram da discussão representantes de diversos veículos de comunicação em Alagoas. Além do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Celso Schröder.

Em auditório lotado, principalmente por estudantes, as discussões sobre as mudanças no jornalismo em Alagoas e no Brasil ocorreram de forma dinâmica, garantindo o debate de ideias e concepções sobre as plataformas – diante do avanço da web e de fechamento de impressos, como o caso de O Jornal – e dos conteúdos apresentados atualmente.

Todas as falas convergiram para a necessidade de fazer sempre o bom jornalismo, apesar de no começo do debate, a plataforma tido mais destaque. Foi então que Carlos Melo, do portal Cada Minuto, interveio afirmando que “bom jornalismo independe de plataforma”. Arrancou aplausos da plateia.

Ainda segundo Melo, “não se pode querer doutrinar o leitor, como fazem os jornalões (sic)”, referindo-se à Folha de São Paulo e ao Estadão, anteriormente citados por Ênio Lins das Organizações Arnon de Mello (OAM) como sendo, juntamente com Veja, as publicações que pautam o jornalismo no Brasil. Para Lins, os meios de comunicação têm como objetivo a disputa hegemônica e do poder político da sociedade.


Outro tema abordado foi a linha editorial. Se ela pode ou não fazer com que um veículo de comunicação feche as portas. Sobre isso, Deraldo Francisco, de O Jornal e Mais.al, afirmou não haver jornal ou site independente. “Não adianta dizer que tem um site independente e ter blogueiro ligado a senador”. Ele também defendeu a mudança do formato standard para o tabloide.

“É preciso maior valorização do jornalismo”, afirmou Celso Schörder, presidente da FENAJ. Para ele, há uma confusão sobre a plataforma onde atuam os jornalistas, concordando com Melo sobre o bom jornalismo independer dela, mas demonstrou preocupação com o excesso de blogs ocupando o lugar de jornalistas nos sites. “Está se trocando informação por opinião”.

Para ele, as pessoas podem e até devem expor suas opiniões, o que estaria errado é tratar o jornalismo como algo que fosse apenas do cotidiano, que não houvesse trabalho envolvido nisso, além da formação exigida para se fazer jornalismo de qualidade.

Sobre a questão do financiamento, todos foram unanimes em apontar os mesmos problemas sobre a divisão das verbas publicitárias e a dificuldade central do financiamento em web jornalismo ser não ter como mensurar de onde vêm os acessos.

João Kepler, especialista em marketing digital, afirmou que se os impressos não se adaptarem ao convívio com a internet, cada vez mais popularizada e gratuita, eles correm o risco de sumir. “É importante fazer conteúdo com pessoas e não para pessoas”, enfatizou.

Além disso, Kepler ilustrou com uma série de slides os números dos avanços e retrocessos da circulação de impressos e acessos à internet no Brasil.

Também compuseram a mesa de debate, Antônio Pereira do jornal Tribuna Independente e do portal Tribuna Hoje, o publicitário e diretor de marketing da OAM, Samir Sena e a editora do portal Tudo na Hora (TNH1), Milena Andrade.

Sena afirmou ser mais proveitoso em termos financeiros fazer jornalismo para o público A e B do que para as demais camadas sociais.

Milena defendeu o web jornalismo ao destacar que nesta plataforma a notícia se constrói ao longo do dia com a apuração da informação e sua publicação em tempo real. Destacando a convergência de mídias no portal TNH1.

Pereira defendeu maior espaço nos impressos alagoanos para conteúdos locais. “Temos feito isso na Tribuna e tem dado certo. Nunca tivemos nossos gráficos de assinantes em descenso”. O jornal Tribuna Independente e o portal Tribuna Hoje funcionam em sistema de cooperativa entre jornalistas e gráficos.

Como não podia deixar de ser, o Impresmídia repercutiu nas redes sociais. O estudante Jornalismo do CESMAC, Bruno Protasio, parabenizou a organização do evento, via Twitter afirmou ter tido suas expectativas superadas.

Para o estudante de Jornalismo da UFAL, Luciano Amorim o Impresmídia foi “um dos mais bem organizados fóruns de debate sobre a comunicação em Alagoas”, declarou também pelo Twitter.

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