Muito chororô por causa da aliança com Maluf. Como se
aliança pragmática em eleições não existissem ou fossem coisa de outro mundo. O
exercício da democracia no Brasil não privilegia o debate programático. E além
do mais não existe novidade no apoio do Maluf ao PT. Leia mais aqui
Todos os partidos tem o direito de montar suas
táticas eleitorais e de autoconstrução. É legitimo. O objetivo de um partido
político é a busca pelo poder político.
Toda essa agonia de parte da militância,
principalmente em São Paulo, não se justifica. Não é a primeira vez que essa
aliança eleitoral ocorre. Nem alianças desse perfil só ocorrem em São Paulo. Tampouco
só com o PT.
O PSOL, por exemplo, fechou aliança com o DEM e o PSDB
em Resende, cidade do Rio de Janeiro para as próximas eleições. Leia aqui
O PSB de Erundina, que desistiu de ser vice de
Haddad por conta dessa aliança é base do PSDB em SP. Seu partido integra a base
de apoio do Alckmin. Em Alagoas, o vice na chapa do Carimbão, deputado federal
e pré-candidato a prefeito de Maceió pelo PSB, deve ser do PP, partido do
Maluf.
Maluf também é base do Alckmin. Nessa hora a grande
imprensa não o acha ruim, nem questiona a aliança.
Será porque reconhece e assume que são iguais ou
porque é só a sanha de deturpação da realidade mesmo?
Porque Erundina, que participou do governo do Itamar
Franco, não cobra coerência do PSB agora e desiste do partido?
Puro proselitismo.
Essa aliança abalou a candidatura do Serra. Ou alguém
acha que nos bastidores não circulam pesquisas que apontam os rumos da disputa. A escolha
de Maluf também é pragmática. Haddad vai vencer a eleição.
O PSB tenta se construir como alternativa para
2014. Com o Eduardo Campos, e vê seu projeto ruir. Daí a agonia. Ele chegou a
afirmar que se o PT de Alagoas não apoiasse o Carimbão em Maceió, Erundina não
seria o vice do Haddad.
Tem muito remix
nesse mix.
O que não pode é a militância roer a corda da grande
imprensa e ficar de chororô. É isso que a direita quer. Não vamos vencer a
eleição em São Paulo pra fazer socialismo. Precisamos vencer em São Paulo para
melhorar a vida do povo paulistano, pra intervir com mais força na política
nacional.
O “se doendo” da grande imprensa é porque esta
aliança abala a campanha deles. Repito isso aqui.
A forma das alianças eleitorais no Brasil só reforça
a necessidade da Reforma Política. Que amplie a participação popular, que
empodere o partidos, sob a ótica programática, que diminua o personalismo e que
retire das campanhas dinheiro privado porque parlamentar não pode ser office boy de empresa.
O próprio eleitor (a) não tem coerência (essa
cobrada) na hora de votar. Vota um nome de um partido X para prefeito e num
partido opositor pra vereador. É assim com presidente, governador, deputados e
senadores. Vota por que é amigo ou porque vai ter emprego. E depois reclama de corrupção.
Não se pode querer que se tenha uma coerência rígida
na política se a parte mais importante dela, o povo, não a tem.
A coerência da Erundina não tem a espessura de um
fio de cabelo de sapo. Pelo menos essa que ela, oportunisticamente, se
banha na propagada pela grande mídia que, infelizmente, alguns militantes e
jornalistas que não se alinham ao PIG roeram a corda.
(Sem falar que para a grande imprensa é muito bom esse "esqeucimento" da CPMI do Cahoeira / Veja)
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