Estudantes da Escola Geraldo Mello: tratamento de bandido. Foto: Facebook/Amorim Filho |
Mais uma
vez o secretário de Educação do Estado de Alagoas, o advogado
Adriano Soares, vem a público criticar de forma grosseira o
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação do Estado
de Alagoas – Sinteal. Exímio usuário das redes sociais, foram
elas que ele usou para condenar ações sindicais de
auto-organização, uma assembleia convocada pelo Sinteal para
debater o Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS do estado.
Antes da assembleia, uma reunião ocorreu entre Soares e professores
sobre este tema.
Soares
tem tão pouca noção do que seja democracia que reclamou do
Sindicato por reunir com sua base para debater reunião que tivera
antes com ele. Escreveu nas redes sociais que “A nota do Sinteal
demonstra o seu despreparo para o diálogo e a sua partidarização
política. Lança uma nota às vésperas da eleição, virando um
esbirro de interesses políticos de grupos partidários. Sinto-me
enganado pelos representantes do SINTEAL, que em privado falam em
diálogo e em público buscam criar um clima belicoso com os
servidores.” - citação retirada do site Repórter Alagoas
Em nota, o Sinteal apenas convoca a sua base para dialogar sobre a
reunião e se organizar e mobilizar sobre a demora da implantação
do PCCS. Demora, aliás, que nem Soares nega “O Sinteal continua
alertando a categoria para a necessidade de lutarmos juntos para
encontrar as soluções imediatas para a implantação do PCCS da
rede estadual. Portanto, o Sinteal convoca as/os trabalhadoras/es em
educação da rede estadual (ativos e aposentados) para uma agenda de
mobilização, que se inicia com uma assembleia geral, nesta 4ª
feira (26/09), às 08h30, no Clube Fênix Alagoano, seguida de uma
Marcha em Defesa do PCCS da rede estadual. Todos/as lá! Quem luta,
conquista.”
Mobilização pode ser várias coisas, como por exemplo, vigilância.
Soares ficou com aborrecido com “a necessidade de lutarmos juntos”
ou o com “agenda de mobilização”?
Adriano Soares é advogado com capacidade reconhecida, mas parece se
incomodar com organização de trabalhadores. Numa tentativa de
desviar o foco sobre a situação da educação em Alagoas, volta e
meia agride o Sinteal.
Outra vez disse que não negociaria mais com o Sindicato. Agora essa
crítica sem pé nem cabeça.
Na sua maior falta de respeito pela democracia, desvirtua o papel de
um sindicato quando afirma em seu perfil no Facebook que mesmo deve
apenas cumprir agenda corporativa. Os militares da ditadura tinham o
mesmo pensamento.
Como várias pessoas comentaram sua ilações, fui conferir.
Um sindicato é instrumento de luta
política, sim. Se Soares não gosta, problema dele.
Soares se mostrou contrariado e
publicou isso no Facebook que imagens de Wellington Galvão,
presidente dos Sindicatos dos Médicos, sendo preso por causa da
greve dos legistas foi usado em guia eleitoral.
As imagens que deveriam ser usadas
são as das crianças sendo revistadas como se fossem marginais na
Escola Geraldo Melo. O governo dele, ao invés de fomentar políticas
públicas para diminuir a violência e as diferenças socioeconômicas
em Alagoas, inaugura pontes e estradas para as casas de veraneio das
elites alagoanas.
Soares devia era ficar “pianinho”.
Sua ação na Educação de Alagoas só nos embaraça nacionalmente.
Todos os nossos índices educacionais só fazem piorar.
Essa “irritação” toda com a
organização de trabalhadores em seu sindicato não passa de cortina
de fumaça para encobrir a triste realidade da educação em
Alagoas.
Basta “passearmos” pelo interior
de Alagoas que logo percebemos que desde que Téo assumiu o governo
que não se constroem escolas em terras Caetés. Muitas delas –
quase todas, na verdade – ainda tem a logo do governo Lessa/Abílio.
Soares foi um dos articuladores do
decreto 3555/07 que retirou todas as conquistas dos servidores
públicos, logo no início do governo tucano em Alagoas.
E nesse passo seguimos com os piores
índices sócias do país. Não fosse o governo federal, já teríamos
virado, ou um estacionamento ou um grande canavial para as usinas nos
moerem.
De repente é isso que estão
tentando fazer.
Junte isso à situação
periclitante que temos na educação alagoana, na melhor das
palavras, isso é um desrespeito. Desrespeito, por professores, por
técnicos administrativos da educação, por estudantes, por cidadãos
e cidadãs que precisam do ensino público e, desrespeito pela
democracia. Se não pode com a divergência, pede para sair.
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