quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PSDB e seu secretário do desrespeito

Estudantes da Escola Geraldo Mello: tratamento de bandido.    Foto: Facebook/Amorim Filho


Mais uma vez o secretário de Educação do Estado de Alagoas, o advogado Adriano Soares, vem a público criticar de forma grosseira o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação do Estado de Alagoas – Sinteal. Exímio usuário das redes sociais, foram elas que ele usou para condenar ações sindicais de auto-organização, uma assembleia convocada pelo Sinteal para debater o Plano de Cargos, Carreiras e Salários – PCCS do estado. Antes da assembleia, uma reunião ocorreu entre Soares e professores sobre este tema.

Soares tem tão pouca noção do que seja democracia que reclamou do Sindicato por reunir com sua base para debater reunião que tivera antes com ele. Escreveu nas redes sociais que “A nota do Sinteal demonstra o seu despreparo para o diálogo e a sua partidarização política. Lança uma nota às vésperas da eleição, virando um esbirro de interesses políticos de grupos partidários. Sinto-me enganado pelos representantes do SINTEAL, que em privado falam em diálogo e em público buscam criar um clima belicoso com os servidores.” - citação retirada do site Repórter Alagoas


Em nota, o Sinteal apenas convoca a sua base para dialogar sobre a reunião e se organizar e mobilizar sobre a demora da implantação do PCCS. Demora, aliás, que nem Soares nega “O Sinteal continua alertando a categoria para a necessidade de lutarmos juntos para encontrar as soluções imediatas para a implantação do PCCS da rede estadual. Portanto, o Sinteal convoca as/os trabalhadoras/es em educação da rede estadual (ativos e aposentados) para uma agenda de mobilização, que se inicia com uma assembleia geral, nesta 4ª feira (26/09), às 08h30, no Clube Fênix Alagoano, seguida de uma Marcha em Defesa do PCCS da rede estadual. Todos/as lá! Quem luta, conquista.”

Mobilização pode ser várias coisas, como por exemplo, vigilância.

Soares ficou com aborrecido com “a necessidade de lutarmos juntos” ou o com “agenda de mobilização”?

Adriano Soares é advogado com capacidade reconhecida, mas parece se incomodar com organização de trabalhadores. Numa tentativa de desviar o foco sobre a situação da educação em Alagoas, volta e meia agride o Sinteal.

Outra vez disse que não negociaria mais com o Sindicato. Agora essa crítica sem pé nem cabeça.

Na sua maior falta de respeito pela democracia, desvirtua o papel de um sindicato quando afirma em seu perfil no Facebook que mesmo deve apenas cumprir agenda corporativa. Os militares da ditadura tinham o mesmo pensamento.

Como várias pessoas comentaram sua ilações, fui conferir.

Um sindicato é instrumento de luta política, sim. Se Soares não gosta, problema dele.

Soares se mostrou contrariado e publicou isso no Facebook que imagens de Wellington Galvão, presidente dos Sindicatos dos Médicos, sendo preso por causa da greve dos legistas foi usado em guia eleitoral.

As imagens que deveriam ser usadas são as das crianças sendo revistadas como se fossem marginais na Escola Geraldo Melo. O governo dele, ao invés de fomentar políticas públicas para diminuir a violência e as diferenças socioeconômicas em Alagoas, inaugura pontes e estradas para as casas de veraneio das elites alagoanas.

Soares devia era ficar “pianinho”. Sua ação na Educação de Alagoas só nos embaraça nacionalmente. Todos os nossos índices educacionais só fazem piorar.

Essa “irritação” toda com a organização de trabalhadores em seu sindicato não passa de cortina de fumaça para encobrir a triste realidade da educação em Alagoas.

Basta “passearmos” pelo interior de Alagoas que logo percebemos que desde que Téo assumiu o governo que não se constroem escolas em terras Caetés. Muitas delas – quase todas, na verdade – ainda tem a logo do governo Lessa/Abílio.

Soares foi um dos articuladores do decreto 3555/07 que retirou todas as conquistas dos servidores públicos, logo no início do governo tucano em Alagoas.

E nesse passo seguimos com os piores índices sócias do país. Não fosse o governo federal, já teríamos virado, ou um estacionamento ou um grande canavial para as usinas nos moerem.

De repente é isso que estão tentando fazer.

Junte isso à situação periclitante que temos na educação alagoana, na melhor das palavras, isso é um desrespeito. Desrespeito, por professores, por técnicos administrativos da educação, por estudantes, por cidadãos e cidadãs que precisam do ensino público e, desrespeito pela democracia. Se não pode com a divergência, pede para sair.



ATUALIZAÇÃO: 2 mil estudantes ainda não iniciaram suas aulas em Alagoas - clique aqui

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