415
milhões de reais. Esse é o valor das dívidas das usinas de açúcar
em Alagoas por imposto não recolhido. Em 2004, o governo do estado
determinou a extensão do pagamento dessa dívida em 180 meses, mas
segundo o Sindfisco, as usinas não estão pagando as contas. A
arrecadação do setor tem diminuído. Em 2011 só foram arrecadados
22 milhões e em 2012, até agora, apenas 12 milhões.
Não
bastasse o tamanho da cárie, quer dizer do rombo nos cofres
públicos que a indústria do açúcar deixa para os alagoanos
pagarem, o governador Teotônio Vilela (PSDB) – que é usineiro cooperado
– publicou no dia 23 de outubro deste ano o decreto 23.116 que
amplia ainda mais os vencimentos das parcelas fazendo com que se
deixe de arrecadar cerca de R$ milhões de reais por mês.
Como
tragédia pouca é bobagem, o governo do estado também lançou mão
de outro decreto de nº 23.115, também publicado em 23 de outubro
que muda a arrecadação do imposto sobre o álcool hidratado, o
álcool combustível. Nesse o estado deixa de arrecadar cerca de R$ 5
milhões. E o ICMS poderá ser liquidado por conta de créditos que
as usinas possuem.
Estas
informações foram divulgadas em reportagem da TV Gazeta de Alagoas.
(link abaixo)
Com todas
as benesses que recebem e com todas as malvadezas que os senhores de
engenho sempre promoveram ao povo alagoano, o governo ainda diz que
eles têm crédito.
Dá para
acreditar?
Téo
Vilela elevou a expressão “legislar em causa própria” ao nível
máximo. Se fosse no campeonato estadunidense de basquete seria nível
“all star”.
Agora
imagine se fosse você um síndico de condomínio, por exemplo. E
divulgasse uma norma em que, por um motivo qualquer, sua garagem
passaria a ser a que fica em frente a porta de acesso e na sombra.
Assim, sem mais nem menos.
Você
seria substituído ou não da tarefa de síndico?
Mas em
Alagoas é assim. Tudo para a nossa “doce” elite.
À ela
tudo, ao povo as sobras.
Por isso
que não tem dinheiro para nada. Por isso que o governador vive
pegando empréstimo por aí.
Cadê o
Ministério Público, sempre tão defensor da moralidade e dos
interesses dos cidadãos?
Cadê o
Poder Judiciário, tão independente?
Não
custa relembrar como ainda temos as mesmas relações de poder do
século XVIII. O governador é usineiro; o presidente da Assembleia
Legislativa é usineiro e no Poder Judiciário e adjacências tá
topado de usineiros, prepostos e xeleléus.
Já tinha
afirmado isso uma vez e vou repetir: morreremos de surto de diabetes
em Alagoas. Tem açúcar demais por aqui.
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