sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Governador joga farinha fora, mas garante seu pirão

415 milhões de reais. Esse é o valor das dívidas das usinas de açúcar em Alagoas por imposto não recolhido. Em 2004, o governo do estado determinou a extensão do pagamento dessa dívida em 180 meses, mas segundo o Sindfisco, as usinas não estão pagando as contas. A arrecadação do setor tem diminuído. Em 2011 só foram arrecadados 22 milhões e em 2012, até agora, apenas 12 milhões.

Não bastasse o tamanho da cárie, quer dizer do rombo nos cofres públicos que a indústria do açúcar deixa para os alagoanos pagarem, o governador Teotônio Vilela (PSDB) – que é usineiro cooperado – publicou no dia 23 de outubro deste ano o decreto 23.116 que amplia ainda mais os vencimentos das parcelas fazendo com que se deixe de arrecadar cerca de R$ milhões de reais por mês.

Como tragédia pouca é bobagem, o governo do estado também lançou mão de outro decreto de nº 23.115, também publicado em 23 de outubro que muda a arrecadação do imposto sobre o álcool hidratado, o álcool combustível. Nesse o estado deixa de arrecadar cerca de R$ 5 milhões. E o ICMS poderá ser liquidado por conta de créditos que as usinas possuem.


Estas informações foram divulgadas em reportagem da TV Gazeta de Alagoas. (link abaixo)

Com todas as benesses que recebem e com todas as malvadezas que os senhores de engenho sempre promoveram ao povo alagoano, o governo ainda diz que eles têm crédito.

Dá para acreditar?

Téo Vilela elevou a expressão “legislar em causa própria” ao nível máximo. Se fosse no campeonato estadunidense de basquete seria nível “all star”.

Agora imagine se fosse você um síndico de condomínio, por exemplo. E divulgasse uma norma em que, por um motivo qualquer, sua garagem passaria a ser a que fica em frente a porta de acesso e na sombra. Assim, sem mais nem menos.

Você seria substituído ou não da tarefa de síndico?

Mas em Alagoas é assim. Tudo para a nossa “doce” elite.

À ela tudo, ao povo as sobras.

Por isso que não tem dinheiro para nada. Por isso que o governador vive pegando empréstimo por aí.

Cadê o Ministério Público, sempre tão defensor da moralidade e dos interesses dos cidadãos?

Cadê o Poder Judiciário, tão independente?

Não custa relembrar como ainda temos as mesmas relações de poder do século XVIII. O governador é usineiro; o presidente da Assembleia Legislativa é usineiro e no Poder Judiciário e adjacências tá topado de usineiros, prepostos e xeleléus.

Já tinha afirmado isso uma vez e vou repetir: morreremos de surto de diabetes em Alagoas. Tem açúcar demais por aqui.


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