Marcos
Humberto tem 29 anos e é formado em Engenharia Agrônoma com
especialização em Segurança do Trabalho. É professor de Produção
sucroalcooleira e Webdesing da Microlins, rede de escolas de cursos
profissionalizantes espalhada por todo território nacional.
Humberto
relata como ele, colegas e estudantes reagiram à explosão da sede da Divisão de Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas. Revela também a emoção
de voltar ao local onde funciona a escola e ver tudo destruído. Para
ele, sua vida recomeçou.
Como
foi que você percebeu que a DEIC estava explodindo?
Na
instituição haviam poucas pessoas, alguns professores e
funcionários. Por volta das 18h e 10min houve um principio de
incêndio atrás da sala da coordenação que veio acompanhado de
disparos que pareciam armas de fogo. As chamas aumentaram e os
disparos também, então todos começaram a correr. Quando os
disparos pararam, voltei para buscar meu carro. Entrei no carro e sai
em marcha ré, foi então que a primeira explosão aconteceu. Desci a
ladeira da entrada da Microlins e aconteceu a segunda explosão.
Como
reagiram as pessoas que estavam na Microlins?
Todos
entraram em pânico e saíram correndo. Depois voltamos para ver se
tinha alguém e escutamos pessoas pedindo socorro. Pedimos ajuda aos
policiais presentes. Naquele momento haviam três professores
contando comigo e uma funcionária. Outra funcionária, que estava
grávida, saiu de lá momentos antes da explosão. Um funcionário
desmaiou e precisou de atendimento médico. Ele foi socorrido por um
taxista, mas ao chegar no Hospital Geral do Estado (HGE) não recebeu
atendimento por falta de médico. haviam também uma outra
funcionária.
Vocês
sabiam que havia um paiol ao lado?
Ninguém
imaginava. Tanto é que quando começou achávamos que era algum tipo
de resgate de presos, ou mesmo alguma rebelião.
Você
voltou ao local onde funcionava a Microlins, filmou e fotografou.
Qual a sensação de ver tudo destruído?
Voltei
no dia seguinte, fotografei e fiz vídeos. Todos voltaram e choramos.
Choramos porque o estrago poderia ter sido maior, nós poderíamos
ter morrido ali.
Você
pensa em processar o Estado por danos materiais e morais?
Eu
não sei bem como se dá este tipo de procedimento, mas
tive prejuízos materiais e morais. Meu carro ficou
danificado, hoje ele está na concessionária. Gastei R$ 907,00. Isso
sem falar que meu aniversário foi na véspera. Iríamos comemorar
com os alunos, mas não houve tempo. Esse trauma, esse dia,
infelizmente, carregarei por muitos anos. Posso afirmar com certeza: nasci novamente.
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