Todos abaixo do rei FOTO: UOL |
É prática das
monarquias o rei se postar no ponto mais alto de um ambiente. Os
tronos, por exemplo, não ficam ao nível do solo. Afinal de contas,
o mensageiro de deus na Terra jamais estará na mesma altura dos
reles mortais. No Vaticano o papa também sempre repousa em um nível
dos demais. Este gesto simbólico representa superioridade. Joaquim
Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), está sempre
em pé enquanto seus convidados permanecem sentado nas fotos
oficiais. Mais parece o messias descido aos mortais que oram a ele
pedindo graças.
A última da vez foi
Marina Silva. Ela foi ao gabinete de Barbosa para pedir (pela foto,
parece implorar) que seja findada no Supremo a discussão sobre
mudanças nas regras de criação de novos partidos. Ela em vez de
procurar o Senado ou ir às ruas fazer o debate político, como dita
as boas regras da democracia, procura o Poder Judiciário que além
de estimular ainda mais a ingerência desse Poder em prerrogativas de
outro. Ela, assim como muita gente, dentro e fora do poder das togas,
parece ter a percepção que a palavra “supremo” do STF é o
mesmo que divindade.
Se juiz acha que é deus
e desembargador tem certeza, como afirmou o Tutmés Ayran ao assumir
a vaga da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas para o Tribunal de
Justiça de Alagoas, imaginem ministro do STF: o sol só está lá no
centro do sistema solar por causa do calor e aqui na Terra é mais
fresquinho. O guardião da Constituição se comporta como guardião
da vida. Tudo parte do jogo de controle das classes dominantes. Se
com o povo (eleições) e com a mídia os resultados não são mais
satisfatórios, vamos de toga.
O STF como guardião da
Constituição – se assim se enxergasse de fato, ao menos –
jamais se colocaria em situações como essa. O parágrafo único do
artigo 1° de nossa Carta Magna afirma que “Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente”. Bom reforçar para lembrar: Todo poder emana do povo.
E quais os poderes que representam a vontade política de um povo?
Dica: não é o Poder Judiciário.
A ele cabe o papel de
garantir que os outros poderes funcionem, mas sem interferir em suas
prerrogativas. Até discussões no Congresso são vetados por
liminares – o que é pior! – pelo Supremo Tribunal. Ou seria
Supremo Supremo Tribunal Federal? De repente coloca um “divino”
no lugar de dos “supremos” para não ficar palavra repetida.
Se as mudanças nas
regras de criação de partidos é, como afirmam muitos “calunistas”
da nossa “grande imprensa”, cabe ao Congresso pautar essa
discussão e não o STF. Quem cria leis é o Poder Legislativo.
Particularmente defendo
que a criação de partido deva ser livre. Se partido A ou B tem mais
ou menos conteúdo programático, isso é problema de quem pensa em
se filiar aos partidos em questão. A única proibição que deveria
ter em relação à criação de partidos é a questão religiosa.
Isso vai de encontro ao Estado laico e fé é algo que para os fiéis
não se questiona e na política tudo pode ser questionado. (favor
não confundir com proibição do exercício religioso)
Nessa judicialização da
vida – de dentro para fora e de fora para dentro – as togas já
ultrapassaram os limites que lhe cabem. É como se fosse uma ação
imperialista mesmo. À la EUA. Joaquim Barbosa como chefe desse
Poder, cada vez se comporta como um rei. E que, em um arroubo bipolar,
afirmou na Costa Rica que a imprensa brasileira não é plural e é
de direita no Brasil e que a Justiça é apenas para pobres e negros.
Muita gente deve ter pensado: o rei Joca está louco?
Um comentário:
A manobra continua com a criação de seu novo partido.(REDE).. Marina associou-se a velha corja dos coronéis corruptos (e não parou mais) para sustentar-se perdeu completamente a sua identidade. Custo acreditar que esta mulher um dia foi PT
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