segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Outro indício de superfaturamento na compra do Hospital do Coração por JHC

JHC deve explicar gastos com Hospital do Coração (Fotos: reprodução)

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, anunciou com todas as pompas possíveis a compra do Hospital do Coração pelo Município de Maceió. A capital alagoana é a única – ao menos do Nordeste – a não ter um hospital público. O valor pago, com recursos da indenização da Braskem por conta do crime ambiental que destruiu quatro bairros da cidade e afetou 80 mil famílias, foi de R$ 266 milhões. Logo, veio a suspeita de superfaturamento diante do comparativo com os hospitais construídos pelo governo Renan Filho (MDB). Agora, aparece outro indício.

O jornalista Ricardo Mota publicou, em seu blog no portal Cada Minuto (AQUI), os valores pagos pela Prefeitura de Pilar, na região metropolitana de Maceió, cujos valores por leito são a metade dos pagos pelo prefeito bolsonarista da capital.

Em Pilar, o prefeito Renato Filho pagou, em parceria com o Governo do Estado, cerca R$ 677,7 mil por leito para construir o Hospital do Futuro, enquanto JHC pagou – para 200 leitos – cerca R$ 1,3 milhão. O detalhe é que o Hospital do Coração, de acordo com dados do Ministério da Saúde, possui 75 leitos. Aí o valor por leito sobe para mais de R$ 3 milhões.


JHC não veio, até o momento da publicação desse texto, explicar o custo do hospital. Ele tem jogado com a narrativa de que o dinheiro foi bem gasto por se tratar da compra de um hospital, especialmente após ter sido muito criticado com gastos exorbitantes com artistas nacionais para shows em Maceió e o valor baixo pago pela mineradora à capital alagoana: R$ 1,7 bilhão.

De fato, para o cidadão/eleitor médio, que não acompanha os por menores da política e da administração pública, comprar um hospital é uma grande notícia. Ainda mais se este cidadão/eleitor médio só recebe esta informação sem contexto algum.

JHC também surfa a onda de uma oposição desarticulada, seja na Câmara Municipal de Maceió, seja na sociedade como um todo. Somente de uns meses para cá é que se formou – ainda de maneira “frouxa” – uma bancada para a oposição ao prefeito chamar de sua no parlamento-mirim da capital de Alagoas.

Talvez se houvesse oposição desde o início de seu mandato, JHC tivesse mais pruído ao usar recursos públicos e propagandeá-los como grandes feitos. 

Todo modo, os desmentidos aos atos heroicos do prefeito de Maceió aparecem aqui e acolá. Bom exemplo foi o da construção de barreiras para evitar deslizamento de barreiras no período de chuvas. JHC anunciou investir R$ 150 milhões, mas, na verdade, só estavam sendo executados R$ 30 milhões, estando o restante ainda em fase de licitação.

A política se dá no processo acumulativo. Só se terá força política se a persona ou grupo acumular capital político, se se colocar no debate, pautá-lo. Enfim, aparecer. É o jogar para ganhar torcida.

Deixar o adversário fazer o que quer, como quer, e quando quiser por muito tempo, é o mesmo que tentar pegar um trem correndo bem depois de ele sair da estação. Pode até conseguir, mas qual a chance disso?

Todo modo, JHC deve explicações aos maceioenses. E das boas. Não as bobageiras perfumadas que costuma postar nas redes sociais.

Veja abaixo mais sobre a compra do Hospital do Coração por JHC




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