Jair Bolsonaro grita como um porco antes do abate (Imagens: Reprodução) |
O que o Brasil está vendo é o desespero de quem foi usado e está sendo descartado como um chiclete mastigado. Ou como a gente diz aqui em Alagoas, um rolete chupado.
Jair Bolsonaro grita como um porco antes do abate (Imagens: Reprodução) |
O que o Brasil está vendo é o desespero de quem foi usado e está sendo descartado como um chiclete mastigado. Ou como a gente diz aqui em Alagoas, um rolete chupado.
Lula entrega ao Congresso Nacional proposta de isenção do Imposto de Renda (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil) |
Segundo a proposta governamental, quem possui
renda de até 5 mil reais mensais estará isento de pagar imposto de
renda. Para compensar, uma que se trata de proposta neutra, onde não
perda nem ganho na arrecadação, o governo Lula propõe cobrar
imposto de quem tem renda acima de 600 mil reais por ano, ou 50 mil
reais por mês, incluindo aí dividendos.
Parece, e é,
uma proposta excelente, seja sob o aspecto social, seja sob o aspecto
fiscal. Mas nem assim, avalio, sua aprovação terá vida fácil.
Mídia hegemônica e mercado financeiro atuarão para enfraquecer Lula em 2025 |
O ano de 2025 será central para a economia e a política brasileiras. A casa arrumada economicamente facilita a formação do tabuleiro para as eleições presidenciais de 2026, na qual Lula deverá concorrer à reeleição.
Ao fim do segundo ano do terceiro governo, Lula conseguiu dar muitos nós em pingos d’água. O terceiro governo do petista é bem diferente dos primeiros. Agora, além de ter um banco central jogando oficialmente contra, ele contou com um Congresso Nacional hipertrofiado de poder, mais fisiologista e mais faminto por recursos públicos.
Tal qual os dois primeiros mandatos, Lula tem de lidar com um mercado financeiro e uma mídia hegemônica antinacionais, até porque os donos da mídia enchem suas botijas no rentismo, restando aos veículos de comunicação somente o papel de caixa de ressonância das pseudoverdades do “deus mercado”.
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JHC e Lula durante festa do grupo Prerrogativas (Foto: Reprodução) |
Em dezembro deste ano de 2024 cai na conta da Prefeitura de Maceió a última parcela de R$ 250 milhões da Braskem em virtude do acordo de indenização feito entre a mineradora e o Executivo Municipal da capital alagoana. No total, Maceió recebeu R$ 1,7 bilhão, que foram gastos de forma pouco publicizada. E aqui não me refiro aos limites legais, mas ao fato de que pouquíssima gente de Maceió sabe como esse montante foi usado.
Sabe-se da compra do Hospital do Coração, transformado em Hospital da Cidade, cujo negócio é questionado desde o início sob suspeita de superfaturamento. Além de boa parte dos serviços não funcionarem como anunciado.
Mas a grande questão que envolve o último PIX da Braskem é seu desdobramento político. O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, durante seu primeiro mandato apostou em grandes festas, caras para chuchu, em objetos “instagramáveis”, e em reformas de praças, tendo algumas delas “luxos” para hipnotizar a população, como uma pista de gelo na Praça Centenário, no bairro do Farol.
Em Alagoas, o cenário é, para mim, como militante e ex-dirigente partidário, desolador. E não me refiro ao resultado eleitoral de 2024, uma vez que o PT nunca foi realmente bem em eleições municipais, como já comentei no Youtube (ABAIXO). Me refiro ao futuro de um partido, o principal da esquerda brasileira, que não possui um projeto político. O PT em Alagoas está sem visão estratégica, consequentemente, titubeia na tática, se é que tem alguma, ao menos coletiva.
Nenhuma das principais lideranças partidárias em Alagoas têm uma proposta, uma ideia, de projeto coletivo de partido, apenas a de serem a principal figura local do PT e de construir seu projeto pessoal.
Já há muito tempo que ditos especialistas em campanhas eleitorais afirmam não haver mais espaço para ideologia nestas disputas, em parte por causa da falsa premissa do fim das ideologias – como se isso fosse possível –, em parte por conta do alto uso de poder econômico nas campanhas eleitorais. O segundo argumento, em meu ver, tem mais pé na realidade, apesar de não se aplicar ao todo e Maceió é um bom exemplo disso.
Em relação ao primeiro argumento, toda produção humana é dotada de ideologia, sendo impossível fazer o que quer que seja sem ela. Agora, numa campanha eleitoral, cabe a forma de expressá-la. Aliás, no dia a dia da política e da vida cotidiana é preciso pensar na forma de se expressar ideologicamente.
Mas voltando ao resultado eleitoral, tanto à esquerda quanto à direita, quem apostou em campanha ideologizada e conseguiu – ou já possuía – razoável visibilidade foi bem votado.