terça-feira, 22 de outubro de 2024

PT em Alagoas pode ser grande, mas está destinado a correr atrás do próprio rabo


Passadas as eleições municipais, o PT começa a se preparar para seu processo de eleição interna. O PED – Processo de Eleição Direta – será realizado em 2025, após prolongamento de cerca de um ano das atuais direções.

Em Alagoas, o cenário é, para mim, como militante e ex-dirigente partidário, desolador. E não me refiro ao resultado eleitoral de 2024, uma vez que o PT nunca foi realmente bem em eleições municipais, como já comentei no Youtube (ABAIXO). Me refiro ao futuro de um partido, o principal da esquerda brasileira, que não possui um projeto político. O PT em Alagoas está sem visão estratégica, consequentemente, titubeia na tática, se é que tem alguma, ao menos coletiva. 

Nenhuma das principais lideranças partidárias em Alagoas têm uma proposta, uma ideia, de projeto coletivo de partido, apenas a de serem a principal figura local do PT e de construir seu projeto pessoal.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Não há espaço para discurso ideológico nas campanhas eleitorais?



Já há muito tempo que ditos especialistas em campanhas eleitorais afirmam não haver mais espaço para ideologia nestas disputas, em parte por causa da falsa premissa do fim das ideologias – como se isso fosse possível –, em parte por conta do alto uso de poder econômico nas campanhas eleitorais. O segundo argumento, em meu ver, tem mais pé na realidade, apesar de não se aplicar ao todo e Maceió é um bom exemplo disso.

Em relação ao primeiro argumento, toda produção humana é dotada de ideologia, sendo impossível fazer o que quer que seja sem ela. Agora, numa campanha eleitoral, cabe a forma de expressá-la. Aliás, no dia a dia da política e da vida cotidiana é preciso pensar na forma de se expressar ideologicamente.

Mas voltando ao resultado eleitoral, tanto à esquerda quanto à direita, quem apostou em campanha ideologizada e conseguiu – ou já possuía – razoável visibilidade foi bem votado.

domingo, 22 de setembro de 2024

Quaest muda perguntas sobre perfil ideológico, mas respostas não mudam incapacidade da esquerda maceioense


A Quaest divulgou sua segunda pesquisa de intenção de votos em Maceió no último dia 20 de setembro. Em termos de intenção de voto, pouca mudança. Mas em relação ao perfil ideológico do eleitorado maceioense, o instituto mudou as perguntas e trouxe, evidentemente, respostas diferentes. Mas, em meu ver, não tanto quanto parece e reafirmando o desperdício de potencial eleitoral praticado pela esquerda maceioense, como afirmei no artigo anterior.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

O potencial político/eleitoral desperdiçado pela esquerda em Maceió

Ato contra a Braskem, em dezembro de 2023 (Foto: Inês Campelo/MZ Conteúdo)

Já está virando lugar comum repetir – o que mim para não passa de lorota – que Maceió é uma cidade conservadora, reacionária e bolsonarista. Esse tipo de afirmação é fruto da incapacidade de enxergar o mundo ao redor e completo desconhecimento de dados sobre o perfil político dos maceioneses.

Evidente que conforme a conjuntura política muda, o perfil político das localidades também sofre alterações. Mas, via de regra, temos no Brasil percentuais bem consolidados de como o eleitorado enxerga a si mesmo. Em linhas gerais, temos entre 25% e 30% de eleitores mais à esquerda e o mesmo tanto mais à direita. Portanto, é o meio que define eleições majoritárias.

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Escolhas políticas e as eleições à Prefeitura de Maceió

Convenções do MDB e PL em Maceió (Fotos: Gabriel Moreia e Ailton Cruz)

Política é feita, entre outras coisas, de escolhas. Numa eleição, então, nem se fala. Em Maceió, os dois principais campos tiveram suas chapas para o comando da prefeitura definidas sob escolhas não muito boas, a depender do ator político e da ótica que se observa.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Extrema-direita estará aí por muito tempo, combatê-la requer unidade e inteligência

Bolsonaristas em Santa Catarina, em 2022, fazendo saudações nazistas (Reprodução)

O resultado das eleições para o Parlamento Europeu, neste domingo (9), em alguns países chamou a atenção em alguns países, especialmente na Alemanha e na França, onde os neonazifascistas foram os mais votados e o presidente Emmanuel Macron convocou novas eleições para o parlamento francês tendo por base o artigo 12 da constituição daquele país.

Contudo, apesar do alarde manchetário da mídia, o saldo geral não foi de hegemonia da extrema-direita. Esse campo deverá ocupar 171 cadeiras, de 720 do total. O crescimento foi de 37 eurodeputados, segundo o portal Renascença, de Portugal, que, aliás, que apresentou redução na votação do Chega, partido de extrema-direita.

Mas o fato é que o neonazifascismo está aí em todo lugar de democracia liberal. E veio para ficar um bom tempo. O total desse período vai depender da reação dos setores democráticos, se se cometerá o mesmo erro da primeira metade do século 20 ou não.