“Trabalhar
em Pernambuco é a saída de muito médico”, afirmou Wellington Galvão, presidente
do Sindicato dos Médicos de Alagoas (SINMED) em entrevista ao jornal Gazeta de Alagoas.
Das treze perguntas publicas, três são dedicadas ao programa “Mais Médicos” do
governo federal. Temas como as UPA’s e a situação salarial dos médicos que
atendem no serviço público também foram tratados.
Galvão
é daqueles opositores bem ferrenhos à vinda dos médicos estrangeiros ao país. Quer
dizer, estrangeiros não, cubanos e venezuelanos. Ele também faz uso de todos os
chavões antiesquerda que se vê por aí.
A
página do sindicato no Facebook chegou a desejar que pessoas que apoiam o “Mais Médicos”
necessitassem de atendimento em hospitais públicos para que os profissionais
locais se vingassem. Logicamente que a postagem foi retirada do ar, mas conseguimos um print.
Porém
na entrevista, Galvão rasga elogios ao estado de Pernambuco. Ao leitor
desatento faz pensar que a terra onde vive Ariano Suassuna é um oásis em termos
de saúde pública.
Mas
uma vez vem a internet e uma pesquisa rápida se encontram denúncias de super lotação em hospitais, demora para realização de cirurgias, médicos com salários atrasados... Enfim,
todo o tipo de problema existente em todo lugar, infelizmente.
Não
será surpresa se Galvão fizer campanha para Eduardo Campos (PSB) em Alagoas.
Ainda
sobre o “Mais Médicos” ele afirma que o programa “falhou”. Que os profissionais
que aqui chegam tem péssima formação. De repente, com o início do programa,
parece que as faculdades de Medicina do país estão às mil maravilhas. Que bom!
Mas
Galvão não diz que mais de 90% dos médicos alagoanos estão na capital. E que as
condições estruturais nunca mobilizaram a categoria. Essa “revolta” só se dá, “coincidentemente”
agora.
Sobre
seu discurso de falha ao programa é apenas fala para a claque. Mais de oitenta
por cento das pessoas aprovam o programa. Há inúmeros relatos de melhoria no
atendimento e diminuição do tempo de espera por uma consulta.
E
como todo opositor (ou quase todos) ao “Mais Médicos”, não toca nos outros pontos
do programa como a criação de 11 mil vagas em cursos de medicina até
2017 e somente em população indígena vai beneficiar 212 mil pessoas.
Galvão
é exemplar de uma elite médica que tem a certeza de serem deuses. E pior, faz o
jogo da desinformação. Trata possíveis erros médicos cometidos por cubanos ou
venezuelanos como sendo de sua exclusividade, dando a sensação de que médicos
brasileiros não erram. Além do que, e com a ajuda da imprensa grande, trata o
programa apenas como a vinda de médicos de outros países.
A
única “vitória” de Wellington Galvão em sua luta contra o “Mais Médicos” será o
limbo da história. Será lembrado apenas como mais um médico corporativista
preocupado com a concorrência externa.
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