quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Bolsonaro fará seus apoiadores serem presos

Bolsonaro estimula golpismo (Foto: Reprodução)
A postura do presidente “sainte” – como o chamou o vice-presidente diplomado Geraldo Alckmin (PSB) – fará com que boa parte de seus apoiadores sejam presos porque ele não verbaliza ter sido derrotado nas eleições deste ano e estimula o terrorismo com frases sem sentido, entendidas como sinais para o golpismo por aqueles com déficit cognitivo.

O “espantalhão” de parte da cúpula das Forças Armadas sabe que seu futuro é de ações judiciais de toda ordem, que o fará a gastar muito tempo de seu futuro em tribunais e escritórios de advocacia. Além disso, perderá sua força política de forma gradual e até mais rápido do que muita gente pensa.

As cenas de terrorismo ocorridas em Brasília, na noite de segunda-feira, 12 de dezembro, são amostra do grau de irresponsabilidade e criminalidade que o desespero dos culpados pode atingir. É como diz o ditado de que bicho acuado fica agressivo.

Ao portal Revista Fórum, um agente da Polícia Federal (PF) que atua na Presidência da República confirmou, inclusive, que os atos terroristas na capital federal foram orquestrados no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo terraplanista Augusto Heleno, general da reserva do Exército Brasileiro.

“O que está acontecendo e, principalmente o que ocorreu ontem em Brasília, é terrorismo de Estado. O GSI está na cabeça disso, e o uso da área do QG, que é militar, é do Exército, não é à toa. O próprio secretário de segurança do DF disse isso ontem em coletiva, que ‘ninguém entra lá porque é área do Exército’, uma desculpa pronta e perfeita. O GSI tem hoje poder para controlar mais de mil militares diretamente lá dentro (do QG do Exército e nos acampamentos) e eles estão literalmente bancando, mantendo e abrigando essa gente lá dentro (da área do QG) e logicamente ninguém fardado está aparecendo, porque essa é a forma de operar deles, uma guerra híbrida que alimenta e fomenta tudo que está ocorrendo ali. É explícito para quem está perto que o GSI está incitando isso com esses civis, todo mundo está por ali (Gabinete da Presidência) sabe disso”, revelou o agente, sob a condição de anonimato, ao site da Fórum. (leia aqui)

Bolsonaro faz o que faz porque tenta manter alguma relevância política para, assim, evitar processos e condenações mais duras a si e a seus filhos e demais cúmplices. E aqui me refiro somente aos crimes contra a democracia, sem citar os de ordem administrativa de seu DESgoverno. Mas ele sabe que é, como se diz aqui em Alagoas, "rolete chupado".

Mas os idiotizados nas ruas não têm a mesma relevância de um ex-presidente da República, por pior que este tenha sido. Assim, os mais metidos a “cavalo do Cão” serão os usados como recado aos demais: aceitem a derrota e parem de cometer crimes, senão serão processados e presos.

Esse tem sido o recado de Flávio Dino, senador eleito pelo PSB do Maranhão e que será o próximo ministro da Justiça. Ele tem ressaltado que não incitará nenhum tipo de perseguição judicial contra quem quer que seja, mas o “imperativo da lei” obriga ao Estado a agir contra esses criminosos, dos “grandes” aos “pequenos”.

E essa é a postura correta, uma vez que não se pode naturalizar o lawfare, usado contra o presidente Lula (PT) e que lhe tirou 580 dias de liberdade. Tudo deve seguir os ritos estabelecidos em lei. Nas democracias é assim que se faz.

Talvez o tempo para os processos, julgamentos e prisões, não se deem como eu ou você que lê esse texto gostaríamos, mas isso tudo acontecerá. É preciso dar o tempo das coisas. A política tem o seu, assim como a Justiça.

Em boa medida, em ambos os universos – da política e da Justiça – já se tem muita coisa adiantada porque já se sabe quem são os responsáveis, em todos os seus graus, por todos esses ataques à democracia brasileira e às instituições do Estado.

E se tem uma coisa que o Estado sabe fazer é se defender. Deixar os articuladores de toda essa pseudo-onda criminosa é deixar o Estado sob risco.

Mas é evidente, e infelizmente, que alguns cúmplices passarão ao largo disso tudo. E é aí que entra a política. É preciso criar um ambiente político na sociedade que exclua quem coaduna com esse fascismo à brasileira, obrigando àqueles que têm algum fetiche por isso a guardar esse tipo de vontade no local mais fundo e escuro que puderem.

Daí, a importância da frente ampla organizada por Lula para seu próximo governo, que se inicia em 1º de janeiro de 2023. Quanto mais setores da política e, consequentemente, da sociedade fizerem parte dele, menos espaço para o golpismo.

É óbvio que em política tudo pode acontecer e o próximo período não será céu de brigadeiro, mas só é possível começar a reconstruir o Brasil dessa forma.

Enquanto isso ocorre, boa parte dos apoiadores de Bolsonaro seguirá tendo suas contas acertadas com a Justiça e muitos vão choramingar em celas, sejam elas em presídios ou com suas casas transformadas em uma. Para bichos agressivos, a jaula.

Paciência, pois o Brasil voltará a rumar para ser o país que merecemos e sonhamos.

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