(Foto: Clauber Cleber Caetano / PR) |
O deputado federal Eduardo “babaninha” Bolsonaro (PL) foi às redes sociais para anunciar a criação da “Bolsonaro Store”, uma loja virtual na qual são vendidas bugigangas do capitão fujão. Entre as tranqueiras estão calendários, canecas e tábuas de carne.
Para uma parte do público nas redes sociais, a lojinha virtual foi motivo de chacota, mas é preciso refletir sobre como essa família lida com seus apoiadores e o motivo real para a iniciativa: política.
É sabido até pelas pedras que os Bolsonaro não são figuras de partido, não constroem legendas partidárias e atuam politicamente sempre em busca do benefício próprio, seja político ou financeiro.
Também é sabido que partidos orgânicos para além dos espaços eleitorais usam da venda de produtos fonte de receita para bancar suas atividades, especialmente para diretórios estaduais ou municipais com problemas de prestação de contas junto à Justiça Eleitoral.
Atualmente, os partidos políticos mantém suas atividades com recursos do Fundo Partidário, contribuições de filiados e venda de produtos. O PT, por exemplo, tem na venda de camisetas, bonés e botons, por exemplo, importante fonte de receita.
Os Bolsonaro não têm isso, mas adotaram a ideia como forma de receberem financiamento de seus apoiadores para além das doações em dinheiro de forma direta.
Outro resultado da venda de produtos com as marcas partidárias, é o estreitamento de simpatizantes com as siglas em questão. Ter uma caneca, uma camiseta ou um boton ajuda no engajamento por determinado partido ou organização social.
(E, sim, o capitalismo transforma tudo em mercadoria. Inclusive, as relações subjetivas).
A questão da lojinha de Bolsonaro é que o mesmo não é um partido político e, como ex-presidente da República, tem direito a salário e uma série de benesses pagas pelo Estado brasileiro; três de seus filhos possuem mandatos legislativos; e a esposa, Michelle, tem salário no PL. Logo, dá para excluir o caráter financeiro das vendas dessas quinquilharias para sustento familiar.
Se de fato houver volume de vendas suficiente para gerar valores consideráveis de receita, é bem provável que esse dinheiro seja usado para financiar ações da extrema-direita, bancar canais no Youtube e perfis em redes sociais, por exemplo.
E do ponto de vista político, a lojinha serve como fator mobilizador em torno do fujão, cujo apoio está em descenso após a fuga para os Estados Unidos, os ataques de 8 de janeiro e a disputa pelo espólio eleitoral dos “patriotários”.
(Patriotários são aqueles que cantaram hino para pneu e transformaram muros de batalhão do Exército em muro das lamentações).
E são os patriotários que custearão o próprio tangenciamento. Grosso modo, é como se bois de corte ajudassem a pagar o aluguel do açougue.
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