Joiolão dos Bolsonaro (Fotos: Rprodução) |
O Estadão revelou que Jair Bolsonaro (PL) tentou fazer entrar no Brasil, sem declaração à Receita Federal, joias doadas pela Arábia Saudita avaliadas em três milhões de euros – ou R$ 16,5 milhões – após viagem oficial àquele país em outubro de 2021. Segundo a versão oficial, os itens foram presentes à Michelle Bolsonaro (PL), então primeira-dama. Temos aí o “joiolão”.
Nessa viagem, Bolsonaro entregou a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala Capital, cujo negócio se consolidou em dezembro daquele ano.
Os árabes pagaram US$ 1,8 bilhão – ou R$ 10,1 bilhões – para a Petrobras, mas segundo estudo de valuation do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), o valor de mercado da RLAM estaria entre R$ 17 bilhões e R$ 21 bilhões.
Antes das negociações, o governo Bolsonaro encomendou estimativa do valor ao BTG Pactual, fundado por Paulo Guedes, seu ministro da Economia. Esse “levantamento” estipulou a venda em 35% abaixo do mercado, o que daria à refinaria valor de cerca de R$ 14 bilhões. Mas a Petrobras derrubou ainda mais o preço.
Entre os itens apreendidos pela Receita Federal estão colar, anel, relógio e par de brincos, todos feitos com diamantes, da grife Chopard, e acompanhados de um certificado de autenticidade.
Está na cara que o agrado foi a comissão de Bolsonaro pela – na prática – entrega de patrimônio do povo brasileiro à Arábia Saudita.
De acordo com o revelado, Jair Bolsonaro teria determinado ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que transportasse as joias, mas ministro os entregou a Marcos André dos Santos Soeiro, tenente da ATIVA da Marinha ocupando cargo civil. Chegando ao Brasil no voo comercial 773, da Qatar Airways, entre Doha e São Paulo, o militar foi pelo raio-x da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos. As joias foram escondidas num estojo colocado numa estátua quebrada.
Bento Albuquerque é ALMIRANTE da Marinha.
É a expressão “santo do pau oco” levada a outro nível.
Após as peças serem confiscadas, Bolsonaro tentou até a véspera de fugir do Brasil, em 30 de dezembro de 2022, recuperá-las. Para isso, ele mobilizou diversos setores do Governo Federal.
Por exemplo, o 1º sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, desembarcou numa aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) no Aeroporto de Guarulhos, em 29 de dezembro, e foi até a Receita Federal para tentar recuperar as joias. O militar afirmou ter uma ordem do presidente da República.
“O mandato estava acabando e nada que fosse do futuro ex-presidente poderia ficar lá”, alegou o sargento da Marinha, segundo as reportagens.
Na véspera, dia 28/12, Jair Bolsonaro enviou ofício ao gabinete do chefe da Receita Federal e exigiu os bens fossem destinados à “Presidência da República” e que aquele era um pedido “da Ajudância de Ordem do Gabinete Pessoal do Presidente da República”.
Agora, imaginem se os servidores da Receita não tivessem a estabilidade do funcionalismo público.
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já anunciou que a Polícia Federal investigará o caso. Há a possibilidade de mais de um crime nesse caso: o de propina e o de se apropriar de presentes dados ao governo brasileiro.
Sim, pois presentes com valor maior que R$ 100,00 devem ser entregue ao Tesouro Nacional. Logo, as joias são patrimônio do povo brasileiro. E não que isso signifique alguma coisa, especialmente diante do rombo coma “venda” da refinaria na Bahia.
Mais um – ou dois – crime para a conta dos Bolsonaro. Pensem numa família poço sem fundo para a bandidagem.
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